O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de "teimoso e tinhoso" por manter a taxa básica de juros, Selic, em 13,75% ao ano . Ele voltou a cobrar redução do índice, que está no maior patamar desde 2016.
O presidente deu a declaração no programam semanal "Conversa com o presidente", antes da divulgação do IPCA de junho , que registrou a primeira deflação do ano.
Lula pontuou que a economia do país está se recuperando e que a taxa de juros precisa acompanhar a evolução.
"As pessoas que eram pessimistas estão vendo dólar cair, a economia crescer, sinais de que salário vai crescer, de que emprego vai crescer. Ou seja, as pessoas estão ficando mais otimistas. A inflação está caindo e logo, logo vai começar a cair a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação", disse.
Lula também elogiou a Câmara dos Deputados e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por garantir a aprovação da reforma tributária após mais de 30 anos de discussões.
"Estou feliz porque foi uma semana muito importante para o Brasil, não foi importante para o governo, foi importante para o Brasil. Espero que o Senado repita a votação da Câmara e espero chegar no fim do ano com política tributária nova, para a gente nunca mais ficar falando de política tributária nesse país", afirmou.
O presidente também se defendeu de críticas pelo "toma-lá dá-cá" na negociação com o Congresso.
"Não é a política do dando que se recebe que todo mundo fala. Um partido que ganha as eleições precisa construir uma maioria para governar o país", disse.