Entenda em 10 pontos o que muda com o novo arcabouço fiscal

O relatório do novo marco fiscal foi entregue à Câmara pelo relator, deputado Cláudio Cajado, nesta segunda-feira (15) e deve ser votado na próxima semana. Entenda o que mudará com o fim do teto de gastos e a implementação da nova regra →

O teto de gastos, que é a regra atual, limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior

O arcabouço fiscal proposto pelo governo prevê que o crescimento das despesas fique limitado a 70% do crescimento das receitas nos últimos 12 meses. Essa variação será de 0,6% a 2,5% ao ano.

Sophia Bernardes

As metas orçamentárias serão anuais e propostas no início de cada governo. Caso a meta fiscal seja descumprida por um ano, o governo fica proibido de:

·Criar cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; ·Alterar estrutura de carreira que implique aumento de despesa; ·Criar ou majorar auxílios; ·Criar ou reajustar despesas obrigatórias; ·Conceder ou ampliar incentivos fiscais.

Washington Costa/MF

Se as metas foram descumpridas por dois anos, ficam proibidos, além de todas as medidas anteriores:

- Aumento e reajuste de pessoal; ·Admissão de pessoal; ·Realização de concurso público;

Lula Marques/ Agência Brasil - 27/04/2023

Alguns gastos foram excluídos da regra fiscal. São eles:

Verba para reajuste salarial e para o Bolsa Família. Inicialmente, o governo queria que Fundeb (fundo da educação básica), piso da enfermagem e aumento de capital de estatais também ficassem de fora, mas o relator não permitiu.

Divulgação

Punição

Atualmente, é crime de responsabilidade gastar acima do teto. Com o novo arcabouço, só é crime se o governo não fizer contingenciamento, respeitados os limites estabelecidos na lei.

Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O que estabelece a lei para contingenciamentos:

Se as metas forem descumpridas, o governo é obrigado a preservar um nível mínimo de despesas discricionárias necessárias ao funcionamento regular da administração pública.

José Cruz/ Agência Brasil

Inflação

Para o cálculo da inflação, o governo vai usar o período de 12 meses anteriores ao IPCA de junho, ou seja, em junho de 2023, o acumulado será o índice utilizado para a regra de 2024. Atualmente, esse índice é calculado nos 12 meses anteriores a dezembro.

Luiza Eiterer

Gatilho:

Se as despesas do governo atingirem 95% dos gastos totais, serão acionadas automaticamente medidas de ajuste fiscal para o caso de descumprimento da meta. Hoje, esse patamar é de 90%.

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Se o gatilho for acionado, o presidente pode fazer mudanças

O presidente da República tem o poder de enviar mensagem ao Congresso Nacional, acompanhada de projeto de lei com medidas de aumento de receita ou de corte de gastos. Se aprovado, os ajustes fiscais podem ser amenizados.

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

A urgência será votada no plenário da Câmara na quarta-feira e o projeto em si na próxima semana

Lula Marques/ Agência Brasil - 23/03/2023

Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia

Gabriel Madureira

Siga também o perfil geral do Portal iG

Ludmila Pizarro - iG