O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou não ver problemas na indicação de Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária do BC. Segundo Campos Neto, a indicação faz parte da ‘regra do jogo’ e ressaltou a autonomia de votos dos diretores.
Galípolo é secretário-executivo do Ministério da Fazenda e é visto como uma alternativa para aumentar a pressão sobre o BC para reduzir a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75%, uma das maiores taxas da história.
“As regras do jogo são essas, vai vir um diretor ou mais de um diretor que têm opiniões diferentes. O que precisamos melhorar no Brasil é saber conviver com as regras ao invés de mudar as regras”, disse, em entrevista à CNN Brasil.
Gabriel Galípolo também foi eleito presidente do Conselho de Administração do Banco do Brasil nessa sexta-feira (12). O número dois da Fazenda é visto por interlocutores como o próximo presidente do Banco Central.
Além de Galípolo, Lula indicou Ailton Aquino dos Santos, servidor de carreira do BC, para a diretoria de Fiscalização. Ambos os nomes ainda devem ser analisados pelo Senado.
Campos Neto minimizou a influência das indicações sobre a Selic e disse que os diretores têm ampla autonomia para votarem. Em resposta às críticas do governo sobre a taxa de juros, o presidente do BC disse ser ‘apenas um voto’ no Comitê de Políticas Monetárias (Copom).
“Tenho oito diretores que foram nomeados pelo Senado e têm liberdade de opinião. Eu sou um voto de 9 e eu acho que a personificação atrapalha muito esse ganho institucional que a gente está tentando fazer”, afirmou.