Em 2022, o Brasil bateu o recorde de pessoas recebendo recursos do Bolsa Família, à época rebatizado de Auxílio Brasil. O percentual de lares brasileiros que receberam o benefício chegou a 16,9% no ano eleitoral, maior patamar desde o início da série histórica, iniciada em 2012.
O estudo não contabiliza o período de vigência do auxílio emergencial, ou seja, os dois anos do auge da pandemia, em que mais de 30 milhões de pessoas receberam transferência de renda.
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Antes da pandemia, em 2019, o percentual de lares brasileiros que recebiam o benefício era de 14,3%. Em 2012, de 16,6%. Os dados são da “Pnad Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022”, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.
Por conta da ampliação do benefício, a renda per capita também subiu em 2022, chegando a R$ 1.586, alta de 6,9% frente a 2021, quando havia registrado o menor valor (R$ 1.484) da série.
O IBGE ressalta ainda que, entre 2021 e 2022, caiu de 15,4% para 1,5% a proporção de domicílios que receberam algum benefício de outros programas sociais. Paralelamente, saltou de 8,6% para 16,9% o índice de domicílios que receberam o Auxílio Brasil/Bolsa Família.
"Essas oscilações podem estar ligadas a migrações entre benefícios (quando fosse mais vantajoso) ou a eventuais dificuldades dos informantes em identificar corretamente qual benefício recebiam", sinalizou o instituto.
O auxílio emergencial foi encerrado no final de 2021, quando o governo começou a transição para o Auxílio Brasil. Só em 2022 que o benefício passou para R$ 600, com isso, a desigualdade caiu ao menor patamar em uma década.