Lula e Haddad entregam arcabouço fiscal nesta terça, diz ministro

Alexandre Padilha, da pasta de Relações Institucionais, diz sentir um "ambiente muito positivo" para aprovação da proposta

Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira (18) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão entregar o  novo arcabouço fiscal ao Congresso Nacional na tarde de hoje.

Padilha diz que sente um ambiente "muito positivo" para aprovação do texto, que deve substituir o teto de gastos. 

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Em entrevista à rádio CBN, o ministro declarou que o fato de ter sido apresentado como lei complementar dá mais "solidez" ao projeto, a fim de criar uma nova regra que "ultrapasse governos" e assegure previsibilidade às contas públicas. 

Padilha disse que o governo já enfrentou vários testes desde o começo da legislatura que comprovam ter o apoio necessário para aprovação da matéria. 

“Esse tema do marco fiscal, acho que ultrapassa a fronteira base-oposição”, falou, acrescentando ter conversado com integrantes da oposição e que vê muita disposição “ao diálogo”. 

O presidente da Câmara, Arthur Lira, prometeu  dar rapidez à votação e disse que a verificação do apoio ao governo dentro da Câmara só será possível na votação de matérias mais polêmicas, como a desoneração de folha e a revisão de incentivos fiscais de determinados setores.

“Não tivemos ainda um teste duro. As matérias mais complicadas chegarão agora, depois das comissões instaladas”, disse.

O "novo arcabouço fiscal" propõe, através meta de superávit e controle de gastos, zerar o déficit público primário da União no próximo ano e ter superávit primário de 1% do PIB em 2026. O superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excluindo gastos com pagamento de juros.

Como anunciou Haddad, os gastos da União se limitarão a 70% do crescimento da receita. Com isso, o Orçamento volta a ter aumento real, ou seja, acima da inflação. No entanto, caso a arrecadação não seja suficiente para atingir a meta de superávit, esse percentual cai para 50% no ano seguinte e 30% no posterior. 

Por exemplo, se a projeção for de alta de 5% acima da inflação na arrecadação no ano seguinte, as despesas poderão crescer até 3,5%. Agora, se esses 5% não forem suficientes para atingir o superávit primário, as despesas subirão apenas 2,5% ou 1,5%.