Entenda como funciona o esquema para burlar impostos de importação

Grandes marcas de e-commerce chinesas estão na mira do governo federal por conta de um esquema que burla o pagamento de impostos de importação no Brasil. Empresas se passam por pessoas físicas para aproveitar a isenção de imposto para encomendas internacionais entre pessoas físicas de até US$ 50.

A Receita Federal informou que vai aumentar a fiscalização em portos e aeroportos sobre esse tipo de encomenda para coibir a prática

Com isso, o governo espera arrecadar até R$ 8 bilhões por ano. Isso porque os produtos que caírem na fiscalização do governo serão taxados em 60% do valor original, assim como é feito na transação entre empresas.

Giovanni Santa Rosa

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, até nomes de famosos eram usados para evadir os tributos. Ele disse ainda que, para quem compra de maneira legal, "não muda nada".

"O problema que está identificado é na utilização de um comércio como se fosse de pessoa física para pessoa física de até US$ 50, quando na verdade é um contêiner com um número muito grande de itens vindos da mesma empresa com produtos fracionados e subfaturados para fazerem parecer que é uma negociação de pessoa física para pessoa física, muitas vezes como nomes fictícios. Nomes às vezes de artistas de cinema são colocados ali", disse o secretário ao Jornal Nacional.

Divulgação

Além disso, empresas colocam o preço da nota fiscal abaixo do valor original do produto

Outra prática comum é a divisão do produto em várias embalagens para passar com nota mais baixa do que 50 dólares.

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Para combater a sonegação, o governo vai acabar com a isenção até US$ 50 para envios por pessoas físicas

Essa isenção é concedida a pessoas físicas há mais de duas décadas, desde 1999, para não pagar imposto de importação.

Bruno Ignacio

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Unsplash/CardMapr.nl

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Lorena Amaro

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