O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, rebateu nesta quinta-feira (30) as críticas do governo a respeito do alto patamar da táxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, e afirmou que o trabalho da instituição é "puramente técnico".
"Nosso processo não tem componente político, é puramente técnico. Eu diria aos brasileiros que o custo de combater a inflação é realmente muito alto e parte deste custo é sentido no curto prazo. Mas o custo de não combater é muito mais alto, e é sentido no longo prazo de uma forma mais severa", disse Campos Neto, durante coletiva de imprensa.
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Em relatório divulgado nesta quinta-feira, o Banco Central estimou em 83% a probabilidade da inflação estourar a meta neste ano. Para a instituição, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,8%, contra o teto de 4,75% da meta.
"Se fosse atingir a meta em 2023, a última informação que tive é de que a taxa [de juros] teria de ser de 26,5%. É óbvio que a gente entende que isso seria impossível", declarou Campos Neto.
O governo já deu indicações de que poderia promover uma mudança no prazo da meta da inflação. Questionado sobre um possível apoio do Banco Central a esta medida, Campos Neto se esquivou e disse que essa é uma decisão do governo.