Consignado do INSS: 46% dos bancos já cobravam juros menores que 1,97%

Novo teto, aprovado nesta terça-feira, não deve afetar instituições como Caixa e Banco do Brasil

21 bancos terão que reduzir taxas
Foto: FreePik/katemangostar
21 bancos terão que reduzir taxas

18 dos 39 bancos (46%) que oferecem a linha de crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já atuam com taxa de juros inferior a 1,97% ao mês, limite aprovado nesta terça-feira (28) pelo Conselho Nacional de Previdência Social  (CNPS).

De acordo com o Banco Central, 18 instituições aplicavam taxa inferior a 1,97% entre os dias 9 e 15 de março, quando o teto ainda era de 2,14%. No próprio dia 15, foi oficializada a taxa máxima de 1,70% ao mês, votada em reunião do CNPS no dia 13 de março. Na ocasião,  muitos bancos pararam de oferecer a modalidade por acharem a taxa muito baixa - apenas quatro instituições têm juros menores que 1,70% ao mês.

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O governo, então, iniciou um processo de negociação com os bancos e com os aposentados, e chegou à taxa máxima intermediária de 1,97% ao mês, aprovada nesta terça-feira pelo CNPS. Isso significa que quase metade (46%) dos bancos que oferecem o consignado do INSS não precisarão fazer alterações para se enquadrarem na nova regra, enquanto outras 21 instituições terão que reduzir suas taxas.

De acordo com o levantamento do Banco Central, o banco que oferece a menor taxa do mercado é o CCB Brasil (1,35%), seguido do Sicoob (1,64%), do Cetelem (1,67%) e do BRB (1,67%).

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil também já ofereciam taxas de juros menores que 1,97% ao mês. Respectivamente, as taxas eram de 1,88% e de 1,95%.

Já dentre os bancos que cobravam as maiores taxas de juros na modalidade estão o Zema (2,15%, acima do teto anterior) e o Banco Pan (2,14% ao mês).

Bancos discordam de nova taxa de juros

Na reunião desta terça-feira do CNPS, os bancos se abstiveram de votar a favor ou contra a nova taxa proposta pelo governo. Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) disse não concordar com o novo teto "por ser um patamar ainda abaixo dos custos vigentes para parte dos bancos que operam essa linha de crédito".

"Como a proposta representa um importante avanço em relação ao teto anterior de 1,70%, os bancos, contribuindo para encerrar o impasse e diante de impactos na concessão dessa linha de financiamento que ainda serão avaliados, decidiram se abster na votação", afirmou a entidade.

Depois da reunião do CNPS, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse que houve recuo da taxa proposta inicialmente por conta da pressão dos bancos. "Continuo achando a taxa alta, mas a gente tem que fazer o que é possível, nem sempre o que a gente quer", declarou.