Juros do consignado do INSS ficarão abaixo de 2%, confirma Rui Costa

Na semana passada, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) reduziu de 2,14% para 1,7% ao mês o teto dos juros

Rui Costa, ministro da Casa Civil
Foto: Reprodução TV Cultura
Rui Costa, ministro da Casa Civil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta terça-feira (21) que a taxa de juros do  consignado para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ficará abaixo de 2% ao mês. A definição da nova alíquota deve ocorrer até esta sexta-feira (24).

Na semana passada, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) reduziu de 2,14% para 1,7% ao mês o teto dos juros, fazendo com que mais de dez bancos interrompessem a oferta do empréstimo. 

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“Todos nós vamos buscar, ouvindo o mercado, um número que seja inferior a 2,14%, que era o que os bancos estavam praticamente e será 1,7%. Porque o próprio Banco do Brasil e a Caixa dizem que essa taxa não é rentável” disse, em entrevista à GloboNews.

Perguntado se a taxa poderia ficar em 2%, ele respondeu: “Um pouco menos que isso”.

Segundo o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Sidney Oliveira, a alíquota ficada pelo Ministério da Previdência Social não cobre os custos dos bancos. 

“O patamar fixado pelo Conselho [Nacional de Previdência Social] de 1,7% [ao mês] não atende a estrutura de custo dos bancos. Tanto não atende que os bancos públicos também interromperam a concessão de consignado, ou seja, Banco do Brasil e Caixa interromperam porque não consegue suportar com a taxa de 1,70%”, disse Sidney após encontro com representantes do governo.

Dos 39 bancos que ofereciam crédito consignado antes da redução do teto de juros, 19 instituições financeiras já praticavam taxas abaixo de 2% ao mês, segundo dados do Banco Central. E 11 bancos ofereciam juros inferiores a 1,9% ao mês. Apenas quatro instituições praticavam taxa inferior a 1,7% ao mês, teto que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, quis impor. Confira

  • CCB Brasil - 1,29%
  • BRB - 1,64%
  • Cetelem - 1,64%
  • Sicoob - 1,65%
  • Sicredi - 1,72%
  • Banco Bari - 1,76%
  • Alfa - 1,80%
  • Banco Inter - 1,82%
  • Industrial do Brasil - 1,83%
  • Caixa Econômica Federal - 1,86%
  • Crefisa - 1,88%
  • Banco da Amazônia - 1,90%
  • Prati-CFI - 1,91%
  • Bradesco Financ. - 1,91%
  • Inbursa - 1,93%
  • Paraná - 1,94%
  • Banestes - 1,95%
  • Banco do Brasil - 1,96%
  • Banco do Estado do Rio Grande do Sul -1,99%

Nesta terça-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Lupi foi precipitado ao anunciar a medida, afirmando ainda que a iniciativa é positiva, mas deveria ter sido discutida com bancos e com o Ministério da Fazenda.

"Era preciso ter feito um acerto para anunciar uma medida que envolvesse a Fazenda, o Planejamento, os bancos públicos e os privados", declarou em entrevista ao Brasil 247.

"Uma coisa que era para ser 100% boa, favorável, criou um clima de insatisfação nos bancos, que precisavam ter sido preparados, avisados. Porque a gente não pode baixar com a facilidade que quer que eles baixem [os juros]. Mas, de qualquer forma, a terra é boa e vamos ver como fazer para baixar os juros de verdade".

Rotativo

O ministro da Casa Civil afirmou também que irá discutir uma nova taxa para o crédito rotativo, que tem alíquotas superiores a 400%. “Isso está prejudicando muito os aposentados, comprometendo a sobrevivência das pessoas”, disse.

Costa também prometeu tomar medidas contra o assédio de bancos a idosos e aposentados. 

“É preciso que o governo adote medidas protetivas e regulatórias” afirmou. “Existe muitas vezes informação privilegiada. A pessoa se aposenta de manhã e de tarde está recebendo ligação.”