O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta segunda-feira (27) com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A reunião acontece na véspera do vencimento da desoneração da gasolina.
Na reunião, Lula deve discutir com os ministros e com o presidente da estatal sobre uma possível prorrogação do prazo de desoneração. Enquanto a ala política do governo pede por isso, a ala econômica quer a volta dos impostos na data prevista.
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No ano passado, em meio à alta no preço dos combustíveis e ao cenário eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) zerou os impostos federais sobre os combustíveis. No início de janeiro, o presidente Lula editou uma Medida Provisória (MP) determinando um período de transição para a volta dos tributos.
De acordo com a MP, a volta dos impostos federais sobre a gasolina deve acontecer no início de março, enquanto o diesel deve ser reonerado apenas no ano que vem.
Com o prazo se encerrando, discussões sobre o tema começaram a esquentar dentro do governo. Na sexta-feira (24), a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirmou que a reoneração dos combustíveis neste momento seria um descumprimento dos compromissos de campanha de Lula.
De acordo com cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço do litro da gasolina nos postos pode subir R$ 0,68, o que pressionaria a inflação. Para a associação, a inflação de março pode fechar o mês com alta de 1% se a gasolina for, de fato, reonerada.
Para Gleisi, é importante que a volta dos impostos só aconteça após uma mudança na política de preços da Petrobras. "Antes de falar em retomar tributos sobre combustíveis, é preciso definir uma nova política de preços para a Petrobras. Isso será possível a partir de abril, quando o Conselho de Administração for renovado", disse ela.