O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou nesta quinta-feira (9) que há "grandes indícios" de que cerca de 2,5 milhões de beneficiários recebem o Bolsa Família de forma indevida. O número representa mais de 11% do total de contemplados pelo programa.
Segundo Dias, que falou com a imprensa em visita a uma unidade da Cozinha Solidária, projeto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Distrito Federal, o governo está realizando uma revisão dos dados das pessoas cadastradas no Bolsa Família, que deve ser concluída ainda neste mês.
"Temos um foco de mais ou menos 10 milhões de beneficiários que estão na linha da avaliação dessa revisão do cadastro. Acreditamos que mais ou menos 2,5 milhões destes que recebem têm grandes indícios de irregularidade", afirmou o ministro.
"Temos, infelizmente, pessoas com renda elevada, com nove salários mínimos, recebendo Bolsa Família. E pessoas sem renda, com fome, que não conseguem acessar [o benefício]. É mais que uma atualização de cadastro, é justiça social", completou.
Dias ainda afirmou que a "bagunça" presente no Cadastro Único foi gerada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que permitiu a entrada de famílias de forma indevida ao Bolsa Família - à época, chamado de Auxílio Brasil - para conseguir votos. "Foi desmantelado o cérebro do Cadastro Único. É como se tivesse uma bagunça para perder o controle", disse o ministro.