A PagSeguro anunciou a demissão de 500 funcionários nesta segunda-feira (16), cerca de 7% do total de empregados que a empresa tinha. Os cortes vêm logo após a troca de chefia.
A demissão em massa ocorreu poucos dias após Ricardo Dutra deixar o conselho de administração para assumir como executivo principal (Principal Executive Office), ocupando a vaga de Luis Frias, ainda o presidente do conselho da companhia.
Os cortes de gastos na empresa começaram há meses, incluindo até mesmo a suspensão de softwares mais caros. Nos últimos 12 meses, as ações da PagSeguro na Bolsa caíram 55%, e os papéis atualmente são negociados a cerca de 30% do valor do preço de IPO.
Nesta terça (17), as ações caem ainda mais após as demissões virem à tona. Em torno de meio-dia, os papéis valem R$ 8,75, em um recuo de 11,1%.
O que explica a crise
A criação de um teto para a tarifa de intercâmbio entre cartões pré-pagos e cartões de crédito, anunciada recentemente pelo Banco Central, tem potencial de reduzir a receita da empresa em até 3%. O lucro pode cair até 15%.
Além disso, a forte competição no setor de maquininhas complica a situação da PagSeguro. Após quatro anos caindo, a Cielo, líder do setor, voltou a subir, e o Mercado Pago também avançou sobre o varejo, ameaçando a posição da PagSeguro.
A crise geral no setor de tecnologia, que afeta empresas de todo o mundo, também tem sua parcela de 'culpa'.