O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta terça-feira (3) a reação negativa do mercado financeiro nesta segunda-feira (2), que fez a Bolsa de Valores tombar mais de 3%.
Segundo ele, os ativos estão se desvalorizando pela política econômica eleitoreira dos últimos meses da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ministro disse que o ex-presidente gastou R$ 300 bilhões entre benefícios eleitorais e fiscais - 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para cada.
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Haddad negou que o ato seja especulativo, e sim uma conscientização de que a economia nacional está fragilizada.
"Tinha um clima de que a economia estava no rumo certo, mas que está se desfazendo pelos números de gasto eleitoral do Bolsonaro. Pessoas não se deram conta de que Bolsonaro usou 3% do PIB na eleição", afirmou, em live promovida pelo site Brasil 247.
"Valor de R$ 300 bilhões disponíveis para torrar durante a eleição elegeria qualquer pessoa, menos contra Lula", completou.
O ministro disse que os R$ 300 bilhões gastos geraram inflação e, consequentemente, o aumento dos juros básicos de 2% para 13,75%.
"Esse é o legado de Bolsonaro. Não é ataque especulativo, é que a ficha caiu", reforçou o ministro da Fazenda.
Reforma tributária
Na live, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que irá discutir com o Congresso Nacional o projeto de reforma tributária a partir de abril. Paralelamente, o ministro pretende discutir as premissas do novo arcabouço fiscal.
Haddad argumentou ser necessário esperar a posse dos novos parlamentares, em fevereiro, para começar a articular a medida.
Mesmo assim, ele não descartou a possibilidade de apresentar alguns pontos já no primeiro trimestre do ano.