Transição cita 'apagão fiscal' e acusa Bolsonaro de 'quebrar' o país

Em nota divulgada, equipe do governo eleito cita setores financeiros que sofreram cortes nos últimos quatro anos

 Palácio do Planalto
Foto: Reprodução
Palácio do Planalto

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou uma nota, nesta segunda-feira (12), em que acusa o governo de Jair Bolsonaro de "quebrar o Estado brasileiro", e afirma que o país vive um "apagão fiscal" nas contas públicas. 

"O governo Bolsonaro quebrou o Estado brasileiro, comprometendo serviços essenciais e investimentos públicos fundamentais. Ao longo de quatro anos, Bolsonaro utilizou recursos extra-teto cinco vezes, em um montante de cerca de 800 bilhões de reais. Para o andar de cima, o Estado não está quebrado. Para os que mais precisam, há um verdadeiro apagão fiscal", afirmou o grupo. 

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Dentro do texto, a equipe cita elementos do governo que sofreram cortes ou impedimentos nos últimos anos, como o congelamento do orçamento destinado à merenda escolar e a bolsistas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Problemas de investimentos na saúde, meio ambiente e programas sociais também foram tópicos da nota divulgada.

A equipe de transição afirma, ao final do texto, que quem irá "resolver a questão fiscal do país" será o governo eleito através da PEC de Transição, que prevê R$ 145 bilhões para o pagamento completo do Bolsa Família de 600 reais, com o adicional de R$ 150 por criança menor de 6 anos. 

Atritos entre Guedes e a Equipe de Transição

O documento divulgado segue uma série de ataques entre a equipe de transição e a atual gestão do ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes. Na última semana, Aloizio Mercadante afirmou que "o diagnóstico que vai ficando claro para o governo de transição é que o governo Bolsonaro quebrou o Estado Brasileiro".

Durante o texto divulgado nesta segunda, o grupo acusa Guedes de criar uma falsa narrativa com os dados do governo.

Em resposta, a pasta divulgou uma nota em acusando o ex-ministro de divulgar opiniões "infundadas", e afirmou que o governo de Jair Bolsonaro será o primeiro a encerrar o mandato com o endividamento em queda. 

"Governos anteriores ampliaram a relação dívida/PIB em quase 20 pontos do PIB sem enfrentar pandemias ou guerras como a vista no Leste europeu, sem que esses recursos se traduzissem em efetiva melhora na qualidade de vida da população", afirmou o ministério.

Mesmo com atritos, Guedes e o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuníram nesta quinta-feira (8) pela primeira vez para discutir a transição econômica .

Nesta terça (13), os dois devem se encontrar novamente para discutir o trabalho em curso nas secretarias do ministério da Economia, como Tesouro e Receita Federal.