STF adia julgamento da revisão da vida toda do INSS para esta quinta

Argumentos das partes foram ouvidos nesta quarta, mas julgamento não foi concluído

STF decide pela revisão da vida toda
Foto: Flickr
STF decide pela revisão da vida toda

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento da revisão da vida toda do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para esta quinta-feira (1º).

Nesta quarta-feira (30), em sessão no STF, foram ouvidos representantes do INSS, que busca e rejeição da revisão da vida toda, e das entidades que defendem os direitos dos segurados, que buscam a aprovação.

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, também fez sua argumentação em favor dos segurados.

Nesta quarta-feira, votou apenas o ministro Kassio Nunes Marques, que havia pedido destaque na ação em julgamento realizado no ano passado. Seu voto foi favorável ao INSS.

Na ocasião do julgamento em 2021, o placar estava definido de maneira favorável aos pensionistas, por seis votos a cinco.

Debate no STF

Nesta tarde, representantes do INSS e dos segurados argumentaram diante dos ministros. Um dos principais argumentos do instituto para que a revisão da vida toda não fosse aprovada foi a questão do impacto econômico.

"Levando-se em consideração apenas os benefícios previdenciários ativos, estima-se que o custo mensal a ser suportado pela Previdência Social totalizaria cerca de R$ 2 bilhões mensais. Quanto aos pagamentos retroativos, respeitada a prescrição quinquenal, teríamos um montante aproximado de R$ 120 bilhões de pagamento imediato. Se projetarmos uma expectativa de vida média dos beneficiários com benefícios ativos, em 15 anos ter-se-ia estimativa de R$ 360 bilhões", defendeu o procurador-geral federal Miguel Cabrera Kauam, que fez a sustentação oral do INSS.

Além do impacto econômico Kauam alegou que, caso o STF aprove a revisão da vida toda, há a expectativa de 52 milhões de novos pedidos de revisão, aumentando a fila do INSS e gerando um "verdadeiro colapso no atendimento".

O argumento do instituto foi rebatido pelos advogados presentes que defenderam a aprovação da revisão da vida toda. "Se nós ficarmos o tempo todo só olhando para o orçamento, para despesa e receita, infelizmente o sistema vai ruir", afirmou Diego Monteiro Cherulli, advogado do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, em sua sustentação oral.

"A maioria esmagadora dos segurados não tem direito a essa revisão, e o aumento não é tão exponencial como se diz", argumentou Cherulli.

O advogado João Osvaldo Badari Rodrigues, que falou em nome do Instituto de Estudos Previdenciários, questionou os cálculos do INSS, afirmando que os valores bilionários estão equivocados e foram "inflados" pelo instituto. Para ele, o valor de R$ 360 milhões foi "midiático". "Revisão da vida toda é para a exceção, é para um número restrito de pessoas", afirmou.

Revisão da vida toda

O debate no STF é referente a uma ação judicial movida por aposentados, que requisitaram que os benefícios fossem recalculados, levando em consideração contribuições anteriores a 1994, quando teve início o Plano Real.

Além do aumento das aposentadorias, caso seja aprovada a revisão da vida toda, os segurados também teriam direito ao pagamento de valores retroativos.