Após a primeira reunião de coordenadores do grupo de Minas e Energia da equipe de transição, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) disse nesta terça-feira (22) que deve ser protocolado um pedido à Petrobras para a suspensão da venda de ativos da estatal até 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá como presidente.
Cotado para a presidência da empresa, Prates afirmou que o ministro da pasta responsável pela Petrobras, Adolfo Sachsida, já se comprometeu a não tomar decisões estratégicas pelo ministério até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, a equipe de Lula quer estender o pedido para a estatal.
"Ele vai nos colocar em contato com a Petrobras e nós vamos conversar o quanto antes", disse Prates. "Foi muito importante essa medida que o ministro anunciou de não haver surpresas nem sobressalto neste período de final de governo".
Lula já afirmou, durante sua campanha, que era contra a privatização da Petrobras e a venda de seus ativos. Prates ressaltou a posição do presidente eleito, porém afirmou que vendas futuras não são impossíveis no próximo governo.
"O presidente Lula também é contra a venda de ativos dessa forma que está sendo feita. Não quer dizer necessariamente que não haja venda de ativos no futuro, mas isso é uma avaliação que vai caber com muita parcimônia e cuidado à nova gestão".
O senador disse que o processo é complexo. Uma das vendas programadas para o ano é a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Segundo ele, seria impossível resolver a privatização do ativo "a toque de caixa", já que envolve diversos países, e o governo boliviano.
Mesmo sendo considerado prioridade pela Petrobras, o processo de venda da TBG está parado desde o início de 2022.
Preços do Petróleo
O senador também disse, sobre os preços da Petrobras , que deve ser discutida pela equipe de transição uma política que liga o mercado interno aos preços do dólar e do barril de petróleo. Contudo, a definição para a situação do combustível só será feita após a nomeação de um ministro.
"Não é a Petrobras que baixa a política de preço de combustíveis no Brasil", disse. "É uma questão de política setorial, de governo".