Lideranças partidárias querem furo de R$ 80 bi com PEC da Transição

Valor é menos da metade dos R$ 175 bilhões sugeridos por petistas, mas novo governo garante consenso para valor mais robusto e prevê aprovação sem resistência

Lideranças do Centrão não querem que PEC da Transição ultrapasse estouro de R$ 100 bilhões do teto de gastos
Foto: Flickr/Nely Mariza da Luz Mateus
Lideranças do Centrão não querem que PEC da Transição ultrapasse estouro de R$ 100 bilhões do teto de gastos

Lideranças partidárias da Câmara dos Deputados enviaram uma proposta a ala petista para reduzir o estouro do teto de gastos com a PEC da Transição para R$ 80 bilhões. Segundo os parlamentares, o valor passaria sem resistências pela Casa e será o suficiente para bancar as promessas feitas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral.

O valor, porém, é menos da metade dos R$ 175 bilhões sugeridos pela equipe de Lula. O grupo petista acredita que pode haver consenso com o Centrão para extrapolar até R$ 105 bilhões do teto de gastos com a medida.

Na avaliação dos líderes, os R$ 80 bilhões bancam, com folga, o Auxílio Brasil de R$ 600 e o reajuste do salário mínimo com aumento real de 1,4%. No recado, partidos como Progressistas, forte aliado do atual presidente, e PL, partido de Jair Bolsonaro, deram a entender que vão barrar a proposta caso ultrapasse o montante de R$ 100 bilhões.

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Internamente, a mensagem é vista como “afronta” e uma alternativa de minar o crescimento do petista logo no primeiro mês de governo. Os partidos ainda justificam que abusar no estouro do teto poderá causar má impressão de Lula no mercado financeiro, mesmo antes da posse do novo presidente.

Os petistas encontraram na PEC uma alternativa de mexer no orçamento da União de 2023 e bancar as promessas feitas durante a campanha, como a manutenção das parcelas do Auxílio Brasil – que voltará a se chamar Bolsa Família – e o aumento do salário mínimo. O texto ainda englobava os investimentos em infraestrutura e os ajustes de áreas defasadas da Lei Orçamentária Anual, como os repasses para a Farmácia Popular e merendas escolares.