Paralisação bolsonarista impacta gasolina, remédios e alimentos

Associações emitiram notas pedindo fim das barreiras e ressaltaram medo dos prejuízos econômicos

Mobilização perdeu força nas últimas horas após ações das polícias rodoviárias e determinações do STF
Foto: Reprodução/Twitter - 01.11.2022
Mobilização perdeu força nas últimas horas após ações das polícias rodoviárias e determinações do STF

Às manifestações de caminhoneiros contra o resultado das eleições começaram a surtir efeito negativo no abastecimento do país e tem prejudicado os consumidores. Em postos de combustíveis, por exemplo, há falta de gasolina e etanol registrados em alguns estabelecimentos do país.

Em São Paulo, postos da zona oeste apresentaram desabastecimento ainda na terça-feira (1°). Já supermercados passaram apresentar problemas de estoque na quarta-feira (2), após a população correr nas prateleiras para minimizar os efeitos da paralisação.

Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que 70% das redes de supermercados da região Centro-Sul do país sofreram desabastecimento. O problema maior foi com a distribuição de frutas e verduras, com produtos estragando e provocando descarte de toneladas de alimentos.

No cenário dos combustíveis, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu um comunicado apontando os riscos da falta de combustíveis. Segundo a CNI, há possibilidade de atraso em entregas de produtos e abastecimentos de indústrias, além de afetar o mercado hospitalar.

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Aumentos nos preços dos combustíveis também foram registrados nas principais cidades do país. Em São Paulo, o etanol partiu de R$ 3,50 para R$ 4,09 já na terça.

Abastecimento de remédios e tratamentos adiados

Nesta semana, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) registrou a dificuldade no transporte de reagentes e contrastes, além do atraso na entrega de amostras dos pacientes aos laboratórios. A Abramed não informou quantos pacientes foram atingidos, mas há possibilidade de a paralisação ter afetado parte da carga, obrigando a realização de novos exames.

Já a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) demonstrou preocupação com a falta de medicamentos e suprimentos as Santas Casas. Segundo a entidade, a paralisação deve prejudicar milhares de pacientes internados, inclusive os que estão em UTIs.

As redes sociais ainda registram dois casos em que pacientes com câncer tiveram que adiar a data da quimioterapia devido à paralisação. Em um dos casos, uma criança foi obrigada a comprovar a doença para conseguir passar pelo bloqueio provocado pelos caminhoneiros.