O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (3) a distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos para os acionistas. Com isso, a empresa distribuirá R$ 180 bilhões em lucros nos três trimestres deste ano.
A decisão, desta vez, não foi unânime. Alguns acionistas viram a chance de favorecer o pagamento das dívidas promovida pelo presidente Jair Bolsonaro em busca da reeleição.
A estatal pagará R$ 3,34 por ação preferencial e ordinária em circulação. Os pagamentos serão divididos em duas parcelas: a primeira em 20 de dezembro e a segunda em 19 de janeiro de 2023.
" O dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, a Política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada", disse a estatal em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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A antecipação, entretanto, não agradou a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve tentar barrar a proposta no Supremo Tribunal Federal (STF). A cúpula petista percebeu uma pressão ao presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, para viabilizar a verba para minimizar os danos dos gastos eleitorais chancelados por Bolsonaro.
Até o momento, a União recebeu cerca de R$ 50 bilhões em dividendos da Petrobras. Até janeiro de 2023, o governo federal deverá arrecadar quase R$ 70 bilhões com ações da estatal.