Equipe de Bolsonaro quer prorrogar comissão de cortes do ICMS

STF requisitou manifestações dos estados em até 48 horas

Os combustíveis têm parcela significativa de seu preço composto por impostos federais e estaduais, como o ICMS
Foto: FreePik
Os combustíveis têm parcela significativa de seu preço composto por impostos federais e estaduais, como o ICMS

A equipe de Jair Bolsonaro (PL) pediu para o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (3) a prorrogação por 30 dias da comissão especial sobre as novas regras do ICMS. O ministro Gilmar Mendes, que lidera as atividades da comissão, recebeu o pedido pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A sigla nomeia o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.

O STF determinou, após o pedido, que os estados se manifestem a respeito do requerimento em até 48 horas. Segundo a AGU, há um "compromisso com o aprofundamento dos esforços para a construção de uma solução compositiva."

O Supremo discute o futuro do ICMS por duas vias. Por um lado, o atual presidente quer impor um limite ao tributo, previsto para operações gerais. A medida foi considerada, durante sua campanha à reeleição, um dos principais braços de sua propaganda eleitoral.

Já pelo nível estadual, são 11 governadores que questionam a Lei Complementar federal 192/2022, que determina uniformidade do imposto pelo país. Segundo eles, por se tratar de um imposto determinado pelo estado, a legislação seria inconstitucional, e as perdas de arrecadação deveriam ser custeadas pela União. 

A comissão, por sua vez, prevê três mudanças para a cobrança da alíquota e suas consequências: a relação do preço do imposto à variação do petróleo internacional, a  redistribuição de royalties para estados e municípios que sofreram com as quedas na arrecadação, e criação de um fundo para a estabilização do preço dos combustíveis durante períodos de alta.

Aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstram preocupação sobre a arrecadação do imposto, já que a verba disponível para o próximo ano possui pouca margem para os gastos prometidos pelo presidente eleito. Segundo o senador e relator do Orçamento de 2023,  Marcelo Castro (MDB-PI), a verba para o próximo ano "está no osso" .

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