Indústria brasileira atinge pior participação global desde 1990

País perde mais uma posição em ranking mundial e atinge patamar mais baixo da série histórica; exportações têm dificuldade de recuperação

Indústria brasileira perde posição no ranking global
Foto: Pixabay
Indústria brasileira perde posição no ranking global

O desempenho da indústria de transformação brasileira no mundo caiu em 2021, de acordo com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta sexta-feira (14). No ano passado, a participação brasileira foi de 1,28%, contra 1,31% em 2020. Este é a menor taxa da série histórica, que teve início em 1990.

Com o resultado, o Brasil foi ultrapassado pela Turquia e caiu para a 15ª posição no ranking global. A participação brasileira na produção
mundial da indústria de transformação vem em tendência de queda desde 1996, aponta a CNI. Até 2014, porém, o Brasil conseguia se manter entre os 10 maiores produtores industriais do mundo, o que mudou desde então.

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"Desde 2014, o Brasil vem perdendo posições no ranking para países como México, Indonésia, Taiwan, Rúsia e, em 2021, o Brasil perde mais uma posição para a Turquia", relembra Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI.

Exportações

Já no indicador referente às exportações mundiais de bens da indústria de transformação, o Brasil teve um "tímido" crescimento, como descreve Constanza. A fatia de participação brasileira cresceu de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021, de acordo com estimativa da CNI.

"Esse crescimento não consegue recuperar o patamar pré-pandemia e não é suficiente para garantir a mesma posição no ranking", analisa Constanza. Em 2021, o Brasil passou de 30º para 31º lugar no ranking, ultrapassado pela Indonésia.

"Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que enderece os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos", avalia Constanza.