O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 1,7% para 2,8% . Esta é a terceira alta consecutiva promovida pelo FMI, que, em abril, projetava 0,8% de expansão no PIB brasileiro. Entre mercados emergentes, o país deve ser o que terá maior crescimento, acima de Rússia, China e África do Sul.
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“O ambiente externo já é bastante desafiador para muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento. A forte apreciação do dólar amplia de forma significativa as pressões domésticas de preços e a crise do custo de vida para esses países”, alertou o FMI.
Em seu relatório "Perspectiva Econômica Global" , divulgado nesta terça-feira (11), o FMI também projetou o crescimento para os próximos anos, prevento forte desaceleração. No último documento, de julho, a previsão era de salto de 1,1% no PIB de 2023, nesta terça, a projeção foi alterada para 1,0%.
Os novos números são parecidos com aqueles projetados pelo relatório Focus, do Banco Central (BC), que vê expansão de 2,7% do PIB este ano. Já para 2023, os economistas preveem redução ainda mais drástica, com crescimento de apenas 0,54%.
O Ministério da Economia também prevê expansão de 2,7% para o PIB em 2022, mas é bem mais otimista para 2023, enxergando uma alta de 2,5%.
Mesmo com a elevação das projeções, o Brasil ainda deve crescer abaixo do restante do mundo, segundo o FMI, que prevê expansão de 3,2% para o PIB global.
"Prevê-se que o crescimento global caia de 6,0% em 2021 para 3,2% em 2022 e 2,7% em 2023. Este é o perfil de crescimento mais fraco desde 2001, exceto pela crise financeira global e pela fase aguda da pandemia de COVID-19", diz o texto.
Para América Latina e Caribe, a estimativa de crescimento em 2022 melhorou em 0,5 ponto, para 3,5%.
O relatório diz ainda que "a atividade econômica global está passando por uma desaceleração ampla e mais acentuada do que o esperado, com a inflação mais alta do que a observada em várias décadas".
O FMI alerta para a elevação do custo de vida, o aperto das condições financeiras na maioria das regiões, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a persistente pandemia de COVID-19, que estariam pesando na economia global.
Inflação
A inflação no Brasil, conforme calculada pelo FMI para o final de período, deve ficar em 6,0% este ano e 4,7% em 2023.
Para o mercado emergente e economias em desenvolvimento, a inflação deve subir de 5,9% em 2021 para 9,9% em 2022 e desacelerar a 8,1% em 2023.
A expectativa dos economistas consultados pelo BC é de que a inflação de 2022 fique em 5,71%, ainda acima da meta, que é de 3,5%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, num intervalo entre 2% e 5%.
Já para a inflação global, a entidade prevê alta de 4,7% em 2021 para 8,8% em 2022, mas com queda para 6,5% em 2023 e para 4,1% até 2024.
"As reformas estruturais podem apoiar ainda mais a luta contra a inflação, melhorando a produtividade e aliviando as restrições de oferta, enquanto a cooperação multilateral é necessária para acelerar a transição para a energia verde e evitar a fragmentação", diz o FMI.