O endividamento virou uma epidemia financeira no Brasil. Hoje, a cada 100 famílias no país, 79 estão endividadas, conforme levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A maior parte dessas dívidas não está atrelada a bancos, e sim a serviços em geral, como contas de luz, de telefone e de internet, carnês de loja e prestações de carro e casa. Um outro levantamento, desta vez da empresa de inteligência analítica Boa Vista, mostra que dois em cada três brasileiros contraíram dívidas no primeiro semestre de 2022 e, embora o índice de inadimplência seja mais alto entre os jovens, os mais velhos vêm aumentando suas dívidas nos últimos anos.
Segundo levantamento empresa de inteligência analítica Boa Vista, empresa de renegociação de dívidas, de janeiro a agosto de 2022, consumidores entre 50 e 64 anos fecharam mais de 485 mil acordos financeiros. A média de acordos por consumidor atingiu 1,77 – ou seja, buscaram mais de um tipo de acordo para arcar com diferentes dívidas. Já as pessoas com mais de 64 anos realizaram 99 mil renegociações no período.
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De acordo com o economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, o aumento da inadimplência se deve ao aumento da inflação e a necessidade das famílias em manterem um padrão mínimo de consumo.
"Como os preços dispararam e os ganhos não acompanharam, a primeira resposta das famílias foi fazer empréstimo para manter o padrão de vida mínimo", avalia Braga.
A grande dificuldade, diz Braga, é que a reversão desse quadro depende de uma melhoria da situação econômica.
"Somente agora no terceiro trimestre do ano a economia começará a dar algum sinal de melhoria. Por isso esse crescimento expressivo no número de endividados", justifica o economista.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Brasil concentra hoje quase 32 milhões de idosos. Em média, aposentadorias e a pensão representam 20,5% dos rendimentos da população brasileira.
Fique de olho nas dicas
Anote tudo
Para ter o controle das suas contas, lembre-se de anotar todos os gastos. Assim, saberá exatamente para onde o seu dinheiro está indo. Outro ponto é não se perder em meio a vários pagamentos que precisam ser feitos.
Organize o orçamento
Uma atitude fundamental para sair do vermelho e se livrar das dívidas é organizar o seu orçamento. Você pode usar um aplicativo de telefone, uma planilha do computador ou mesmo um caderno. O importante é que você anote todo o dinheiro que você recebe no mês e todos os gastos. O recebido pode ser salário, bônus, aposentadoria, dinheiro de bicos, etc. E os gastos precisam ser detalhados, para você conseguir cortar o que é desnecessário.
Converse com a família
É muito importante envolver toda a família na organização do orçamento e no processo de acabar com as dívidas. Cada membro da casa pode ajudar com ideias para diminuir as contas ou conseguir mais dinheiro, com um trabalho extra ou venda de itens que não usam mais.
Corte gastos desnecessários
Enquanto está com dívidas é necessário apertar o cinto e cortar alguns gastos, substituir plano de telefonia e internet, e identificar o que é supérfluo.
Pequenos gestos que garantem alívio
Lembre-se das pequenas economias, como: apagar a luz do quarto quando sair, colocar o chuveiro na posição verão no período de calor, juntar as roupas para usar a máquina de lavar na capacidade máxima. O estilo de vida e as necessidades de cada família vão indicar quais gastos podem ser cortados. Mas não se esqueça de que para sair das dívidas.
Negocie com os credores
Com o orçamento em ordem e com as economias de corte de gastos ou renda extra, procure os seus credores. Com dinheiro na mão é mais fácil negociar e conseguir desconto.
Priorize as dívidas com maior juros
Se tem mais de uma dívida, a dica é: dê prioridade para as dívidas que têm os maiores juros para não virar uma bola de neve.
Pesquise antes de comprar
Essa é uma dica que serve para todos os consumidores, mas para quem está com dívidas é fundamental: pesquise antes de comprar qualquer produto é a garantia de que vai encontrar o melhor preço e, claro, economizar.
Fonte: Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec