O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, disse que a estatal, mesmo tendo foco no pré-sal, vai investir no desenvolvimento de novas províncias exploratórias de petróleo como a Margem Equatorial, no litoral entre as regiões Norte e Nordeste.
O executivo participou de forma on-line da abertura do Rio Oil & Gas, que ocorre no Centro do Rio de Janeiro. Foi o primeiro pronunciamento do executivo em um evento desde que assumiu a companhia, em junho deste ano.
É a primeira vez que o evento é feito de forma presencial desde o início da pandemia, em 2020.
Andrade destacou também investimentos na área de sustentabilidade. Reafirmou que o foco da companhia será em projetos de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa. Para isso, destacou os aportes feitos em produção de biocombustíveis, como biodiesel e bio QAV, para aviação.
"O foco da Petrobras é o pré-sal. É o ativo de maior valor e uma das maiores províncias do mundo. Mas estamos desenvolvendo novas áreas como a margem equatorial. E sempre com foco no ambiental e na redução de emissões", apontou.
Andrade deu pistas do que a empresa pretende investir nos próximos anos. A estatal deve divulgar seu novo plano de negócios em dezembro. Ele destacou que o objetivo é que a companhia seja mais resiliente e competitiva no longo prazo.
"Nossos projetos são focados na descarbonização com a redução de emissões. Vamos investir US$ 2,8 bilhões nos próximos cinco anos em projetos para reduzir as emissões. Criamos um fundo de US$ 248 milhões para desenvolver soluções de baixo carbono", afirmou.
Ministro cobra licenciamento mais rápido
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que também participou da cerimônia de abertura, cobrou maior celeridade no processo de licenciamento ambiental para a exploração dos blocos localizados na Margem Equatorial.
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"Queremos mais responsabilidade no licenciamento ambiental. É fundamental que a resposta seja mais rápida. Eu me refiro a Margem Equatorial. Temos uma oportunidade desde que com responsabilidade social e ambiental".
Ele destacou ainda que tem certeza que a Petrobras vai conseguir cumprir o acordo com o Cade, órgão que regula a concorrência no país, para vender as oito refinarias que respondem por metade da capacidade de produção nacional de derivados. Até agora, entre as maiores unidades à venda, a estatal conseguiu se desfazer apenas da unidade na Bahia para o fundo árabe Mubadala.
"A Petrobras vendeu algumas refinarias e a concentração da Petrobras passou de 98% para 89% no setor. A Petrobras fará de tudo para vender as outras refinarias acordadas com o Cade. A nossa linha é mais competição", disse ele.
Mais empresas no setor de gás
A Petrobras também vem reduzindo sua participação no segmento de gás. Sachsida destacou que o número de empresas neste segmento passou de nove para 82, assim como entre os comercializadores subiu de 27 para 86.
Ele afirmou ainda que “tem algo diferente acontecendo” no Brasil. Destacou que a Europa está congelando preços e países estão nacionalizando empresas, mas lembrou que os preços no Brasil são livres e destacou a redução de tributos.
"O (crescimento do) PIB no Brasil neste ano vai ser maior que o dos EUA, da Alemanha e da China. A inflação no Brasil neste ano será menor que nos EUA, na Inglaterra e na Alemanha. O Brasil é o grande porto do investimento hoje", disse, citando a queda de 34% no preço da gasolina desde junho.