Câmara analisa requerimentos sobre assédio e uso político da Caixa

Presidente do banco é acusada de fazer campanha para Bolsonaro em horário de trabalho

Três requerimentos na Câmara envolvem a gestão da Caixa
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 13.09.2019
Três requerimentos na Câmara envolvem a gestão da Caixa

Três requerimentos relacionados à Caixa Econômica Federal começaram a tramitar na Câmara dos Deputados. Eles tratam do uso político do banco para a promoção da candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição; da criação de uma subcomissão para acompanhar a apuração das denúncias de assédio na Caixa; e do pedido de esclarecimentos sobre critérios de "meritocracia" adotados pelo banco.

Os requerimentos foram protocolados na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara pela deputada Erika Kokay (PT-DF).

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"A gestão de Pedro Guimarães [ex-presidente da empresa, afastado por denúncias de assédios moral e sexual] adoeceu os trabalhadores e colocou o banco nas páginas policiais. Não admitimos essa conduta com os trabalhadores nem o uso político da Caixa para as eleições", afirma Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), entidade que apoia os requerimentos. "A Caixa não é de presidentes do banco nem do presidente da República. A Caixa é do povo brasileiro".

Convocação de Paulo Guedes

Um dos requerimentos pede a convocação de Paulo Guedes, ministro da Economia, para explicar "atividades de campanha eleitoral" da presidente da Caixa, Daniella Marques, em horário de expediente. Marques marcou Bolsonaro nas redes sociais em divulgações do programa "Caixa Pra Elas", o que poderia configurar como campanha eleitoral em horário de trabalho, atividade proibida para agentes públicos de acordo com a legislação eleitoral.

"Pedimos a convocação do ministro da Economia para que esclareça à sociedade essa postura absolutamente ilegal da presidente da Caixa de utilizar a instituição como se fosse um palanque eleitoral. Não podemos permitir que esse crime eleitoral aconteça dentro da instituição", justifica a deputada Erika Kokay.

Guedes também é solicitado no requerimento que aborda o uso de critérios de "meritocracia" na Caixa. De acordo com o documento, não há parâmetros técnicos para o preenchimento de funções e cargos de direção no banco. O requerimento ainda aponta que empregados altamente qualificados são discriminados e excluídos de processos seletivos por terem participado de greve, o que é um direito garantido pela Constituição. "O que prevalece na empresa é o critério de apadrinhamento de algumas pessoas e o de perseguição a outras”, enfatiza a deputada", afirma Erika.