O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta segunda-feira (15) que, se eleito, pretende criminalizar a oferta de crédito consignado no Auxílio Brasil, medida implementada pelo governo federal que permite desconto na folha do benefício e desobriga a União a arcar com consequências de superendividamento .
"É uma excrecência e o sistema financeiro mais tradicional recusou-se a fazer. É uma aberração e será criminalizado. Não façam porque será criminalizado", prometeu Ciro no programa Roda Viva.
Os grandes bancos privados do país não vão embarcar no empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio. Bradesco, Itaú, Santander, Nubank e BMG são algumas das instituições que já decidiram não oferecer o crédito. A recusa do mercado vem após o governo lançar a iniciativa sem colocar um limite à taxa de juros a ser cobrada.
"Nós criamos, com status emergencial, de Constituição, um negócio para dar comida para o povo. Comida não tem que ser todo dia? O Bolsonaro entrega o cadastro dos miseráveis, famintos, para o sistema financeiro cobrar 80, 100 por cento de juros, antecipando isso. Se antecipa, mês que vem vai comer o quê?", criticou o presidenciável.
Na última sexta-feira (12), o governo publicou o decreto que regulamenta o crédito com desconto em folha, desobrigando a União de qualquer responsabilidade sobre superendividamento.
O decreto editado por Bolsonaro afirma que "a responsabilidade pelo pagamento dos empréstimos e dos financiamentos será direta e exclusiva do beneficiário e a União não será responsabilizada, ainda que subsidiariamente, em qualquer hipótese".