Recessão global é oportunidade para economia do Brasil, diz Guedes
Ministro comentou a revisão na expectativa de crescimento, de 1,5% para 2%
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (14) que o risco de recessão nos Estados Unidos e na Europa representa uma oportunidade de crescimento para a economia do Brasil, porque os investidores estão avessos a riscos no mundo.
"Já se fala abertamente em recessão nos EUA, e inflação continua subindo nos EUA e na Europa. A inflação brasileira deve começar a descer. Se o momento é de emergência e difícil, há enorme oportunidade para economia brasileira", disse Guedes.
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Nas previsões do ministro, o fluxo de investimento estrangeiro deve crescer, com reconfiguração de cadeias produtivas globais, mas ressaltou que o processo eleitoral dificulta o crescimento.
"Apesar do ambiente de guerra geopolítica, continuamos reaquecendo a economia", afirmou.
As declarações foram feitas durante a coletiva de divulgação do Boletim Macrofiscal , que revisou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% para 2%. Além disso, a previsão para inflação de 2022 caiu de 7,9% para 7,2%. A projeção para 2023, no entanto, manteve-se em 2,5%.
No último relatório Focus, produzido por mais de cem analistas de mercado, estimaram uma alta de 1,59% para o PIB de 2022. Para 2023, a estimativa no Focus é de alta de apenas 0,50%.
O ministro também defendeu a PEC Kamikaze , aprovada pelo Congresso nesta quarta (13), e criticou organismos multilaterais por não conseguirem encerrar a guerra na Ucrânia.
"Quero tranquilizar os analistas preparados, que não estão politicamente enviesados, que o fiscal está forte e todas as medidas são temporárias. Não está previsto aumento permanente de despesas. Estou me dirigindo aos que são preparados tecnicamente e tenham paixão pelo Brasil, e não paixão por militância partidária", afirmou o ministro da Economia.
"Os caminhoneiros receberam ajuda, os taxistas receberam ajuda, os vulneráveis receberam ajuda, os idosos receberam ajuda nos transportes públicos, essa é a forma tecnicamente correta. São transferências diretas de renda, em vez de subsídios. Por isso é uma PEC das bondades, e não uma PEC kamikase, como alguns chamavam. Quem não tem preparo técnico não vai entender nunca a diferença", enfatizou.