Câmara suspende votação da PEC Eleitoral após 'apagão' no sistema

Arthur Lira, presidente da Câmara, solicita à PF e ao MPF uma investigação sobre a falha que impediu o prosseguimento da sessão

Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a sessão plenária que vota a  PEC Eleitoral por causa dos problemas técnicos que inviabilizaram a votação remota nesta terça-feira. Os deputados já haviam aprovado o texto-base e começavam a votar os destaques, emendas que podem modificar o texto.

Lira informou, durante o comunicado, que a Polícia Federal (PF) já estava a caminho da Casa para começar a averiguar o que causou os problemas no sistema. A PEC institui o estado de emergência e amplia o pagamento de benefícios sociais às vésperas das eleições. A sessão será retomada na quarta-feira.

"Agora nós temos que proteger o funcionamento do Parlamento. Não estamos tratando de uma coisa normal, de um entendimento de liderança A decisão será de suspensão dessa sessão. A Polícia Federal está vindo para essa Casa para fazer as investigações do que aconteceu da maneira mais profunda que acontecer", declarou Lira, frisando que a suspensão da sessão mantém o quórum para a continuidade das votações das PECs na manhã de amanhã.

Logo no início da votação do texto, uma série de instabilidades derrubou o site da Câmara, a transmissão ao vivo e a votação no sistema Infoleg (destinado a deputados). Apenas o painel eletrônico de votação, que não tem conexão com a internet, ficou no ar.

Lira afirmou que havia 467 deputados que registraram presença no sistema, mas menos votaram de fato. O texto-base da PEC foi aprovado por 393 votos a favor e 14 contrários.

O presidente da Câmara insinuou que as dificuldades com a rede da Casa não eram apenas técnicas e disse que vai pedir uma investigação.

"Os dois links, os dois servidores de internet da Casa caíram ou foram cortados automaticamente no mesmo período, de duas empresas diferentes", afirmou Lira. "Vou fazer uma queixa formal à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça. Isso é interferir no trabalho (do Legislativo). Não é normal, não é usual que dois links caiam na mesma hora", disse.

Ele pediu calma aos deputados e reforçou que era importante que todos os deputados que estão em Brasília viessem à Câmara para votar presencialmente. Após deputados levantarem a possibilidade de fraude na votação, ele esclareceu que não há essa possibilidade.


Ele respondeu diretamente ao deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que repetiu um argumento falado pelo deputado Altineu Cortes (PP-RJ), da base governista e que levantou a questão de fraude.

"O que tem de ficar claro é que não há fraude na votação porque todos os deputados estão aqui votando em sua base. Mas não é usual, não é normal, não é compreensível que dois sistemas de internet sejam desligados simultaneamente na Câmara dos Deputados. É isso que vamos investigar",  afirmou Lira.

O presidente da Câmara garantiu aos deputados que trabalha para garantir que todos consigam votar. Ele decidiu encerrar a votação em primeiro turno, já que havia consenso em relação à proposta – apenas o Novo orientou contra. Foram 393 votos favoráveis e 14 contrários ao texto.

Lira prometeu mais atenção na votação dos destaques, emendas que podem alterar o texto, já que há esse problema tenológico e a oposição quer emplacar mudanças, como a supressão do estado de emergência da PEC.

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