Nova presidente da Caixa promete 'punição cabível' em caso de assédio
Daniella Marques prestou solidariedade às vítimas do banco
A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques , afirmou neste domingo (3) em entrevista à TV Record que irá investigar as denúncias de assédio contra o ex-executivo à frente do banco, Pedro Guimarães .
"Asseguro que tudo será feito com independência, rigor e seriedade, e, se realmente for comprovado, todas as punições cabíveis serão feitas", afirmou.
"A Caixa é um banco com 161 anos de história, de quase 150 milhões de clientes e tem 250 mil colaboradores, mas o que eu propus como estratégia é que, independentemente do resultado das apurações, se existem culpados ou não, essa causa é para já", completou.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
Ela prometeu celeridade nas investigações e prometeu apurar todos os níveis de hierarquia dentro do banco, já que houveram acusações de encobertamento dos supostos assediadores.
"Vou implementar um ritmo de mulher, acelerado, com tudo ao mesmo tempo. Já na sexta-feira, quando assinei internamente o termo de posse, me reuni com alto comando da Caixa e definimos um plano de ação", afirmou.
"O primeiro passo foi o afastamento de outras pessoas que estão evolvidas nas apurações, porque agora temos de proteger a imagem da instituição", afirmou.
O vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa Econômica Federal, Celso Leonardo Barbosa, confirmou, por meio de sua defesa, que se afastará do cargo após diversas denúncias de assédio sexual de funcionárias do banco terem levado à queda de seu chefe, Pedro Guimarães. A informação havia sido antecipada pelo colunista Lauro Jardim.
Marques também disse ter empatia com as funcionárias do banco, e, como mulher, sabe qual o sentimento delas nesse momento.
"Já me disseram que banco não era lugar de mulher, sei um pouco das barreiras que norteiam essa causa", afirmou.
"A gente não deveria estar falando de assédio. Metade das mulheres do Brasil são vítimas de assédio no trabalho, então a Caixa, que sempre foi o banco de todos os brasileiros, daqui para a frente —e tenho aprovação de todos os órgãos internos para isso— vai ser a mãe da causa das mulheres. Não é aceitável que haja violência contra mulher."
A nova presidente disse que, em sua gestão à frente do banco, a Caixa vai focar os investimentos em pequenos negócios.
"Qual é a maior alavanca de transformação social? O empreendedorismo. Todos os programas sociais são contratados pela Caixa, mas, além de assistência, queremos dar independência com apoio ao microempreendedorismo", afirmou.
Em reunião extraordinária, o Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal aprovou, na última quinta-feira (30), a contratação de uma auditoria externa para apurar as denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães. Ele deixou o cargo de presidente do banco estatal para se defender das acusações investigadas pelo Ministério Público Federal.
O banco também é alvo do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Distrito Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Congresso Nacional.