Bolsonaro diz que vai aumentar Auxílio Brasil para R$ 600
Declaração ocorreu durante entrega de moradias do programa Casa Verde e Amarela em João Pessoa (PB)
A menos de quatro meses das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (24) que o valor do Auxílio Brasil vai passar de R$ 400 para R$ 600. A declaração ocorreu durante cerimônia de entrega de moradias do programa Casa Verde e Amarela em João Pessoa, na Paraíba.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram
e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
"Vivemos momentos difíceis no nosso Brasil e no mundo. Uma inflação, aumento de preço, que atinge o mundo todo. Mas isso a gente supera. Como a imprensa está anunciando, o Auxílio Brasil vai passar de R$ 400 para R$ 600. É o governo entendendo o sofrimento dos mais humildes e, dessa forma, buscando atender a todos", anunciou.
Durante a sua fala, Bolsonaro ainda comparou o programa criado durante seu governo ao extinto Bolsa Família. "Lá atrás, com o Bolsa Família, quem fosse trabalhar perdia o benefício. Com o Auxílio Brasil, pode trabalhar que não vai perder".
Contudo, a história não é bem assim. Pelas regras de emancipação do programa, o beneficiário pode continuar recebendo o Auxílio Brasil por até dois anos desde que a renda familiar por pessoa não passe de R$ 525 por mês — duas vezes e meia o valor que limita a linha da pobreza (R$ 210). Isso vale tanto para contratados com carteira assinada quanto para autônomos.
O Planalto já vinha negociando com o Congresso a possibilidade de elevar o valor do benefício. O pacote ainda prevê uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil mensais e um aumento no vale-gás para famílias de baixa renda (que hoje, equivale a 50% da média do preço de um botijão de 13 kg nos últimos seis meses). As medidas valeriam até o fim deste ano.
O tema deve ser discutido em reunião na próxima segunda-feira (27).
A ideia seria incluir o pacote na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Combustíveis. O governo usaria os R$ 29,6 bilhões previstos no texto, que seriam destinados à compensação de estados que zerassem o ICMS sobre diesel e gás até dezembro deste ano.
Pensando nas eleições, aumentar a transferência de renda seria mais vantajoso para o presidente Jair Bolsonaro. Isso porque a compensação do ICMS ainda enfrenta resistência dos governadores.
Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas sobre intenção de voto, com 28% no primeiro turno, ante 47% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o que revelou pesquisa do Datafolha divulgada ontem (23).