Casal de professores investe em rede de ortodontia e fatura R$ 1,6 mi
Os capixabas Denner Nespoli e Priscila Garcia estudaram química, trabalharam na indústria e chegaram a dar aulas; hoje, investem no próprio negócio
Família é família, negócios à parte. A máxima pode até fazer sentido e habitar o imaginário popular dos brasileiros, mas não no caso dos químicos capixabas Denner Nespoli e Priscila Garcia, que usaram a parceria do relacionamento de 18 anos para apostar em um mercado crescente no país – o da saúde bucal.
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Denner e Priscila se conheceram na faculdade de Química da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em 2003. Um ano depois, já estavam namorando. "Entrei para a Química para trabalhar na indústria mesmo", conta Denner, que estagiou na Vale, trabalhou de forma terceirizada para a Petrobras e deu aulas em uma universidade particular antes de pensar em ter seu próprio negócio.
Foi a vitória em um desafio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) durante a universidade, entretanto, que despertou sua veia empreendedora. "Os professores queriam que a gente fizesse concurso, mas aquilo de empreender ficou na minha cabeça. A gente foi campeão e deu um start pra mim", diz.
A despeito da conquista de Denner, ter o próprio negócio ainda parecia distante para o casal, que iniciou o relacionamento com a pretensão de trabalhar na indústria química. Enquanto Denner prestava serviços para a estatal de petróleo, Priscila trabalhou no controle de qualidade de uma multinacional e deu aulas de química para o Ensino Médio.
As atividades como professores e funcionários da indústria química iam de encontro à pretensão do casal de formar uma família. "Foi aí que, em 2017, conhecemos a OrthoDontic. Mandamos um e-mail, mas naquele momento eles ainda não estavam expandindo os negócios para o Espírito Santo", conta Priscila.
Alguns meses depois veio o retorno: a OrthoDontic finalmente ia chegar em solo capixaba. A primeira unidade do casal foi inaugurada em 2018 em Guarapari. "Eu não queria mais comércio, indústria. Queria serviços", diz Denner.
Apesar de não ter seguido a carreira, o agora gestor da franquia de ortodontia diz que suas experiências como funcionário da indústria fomentaram seu conhecimento na liderança de pessoas. "Isso a gente não nasce sabendo, a gente aprende na porrada", conta, citando algumas das "porradas" tomadas, como a gestão de uma fábrica de polpas de frutas que foi arrendada e depois vendida.
A química que deu certo
O primeiro ano da unidade de Denner e Priscila foi de recuperação e cobertura dos investimentos. Pouco depois, a franquia se tornou lucrativa. Em 2020, o faturamento chegou a R$ 930 mil; em 2021, pulou para R$ 1,6 milhão.
A química entre o casal e OrthoDontic deu tão certo que, neste ano, duas novas unidades estão saindo do forno: em Cachoeiro do Itapemirim (ES) a franquia foi inaugurada e já está funcionando desde o começo de maio; e a terceira unidade está com o contrato fechado, mas ainda sem local definido.
Questionada sobre a gestão em casal, Priscila é enfática. "O legal de ser casado e gerir o negócio é que a gente pode falar tudo. Não precisa ficar nas entrelinhas. A gente fala da maneira que tem que ser falado, joga duro mesmo, porque temos essa relação de confiança."
"Em algumas coisas eu sou melhor, em outras ela é melhor. Eu lido melhor com as pessoas, ela é melhor na gestão financeira. Relacionamento é amor e entrega, e o profissionalismo é resultado e desempenho. A gente está unindo as duas coisas. É uma troca de influências", complementa Denner.