PF se manifesta por reajustes no Galeão

Categoria faz cobrança para que Bolsonaro cumpra promessa de valorizar a instituição

Agentes da PF se manifestam no Galeão contra descumprimento de promessas de Bolsonaro de valorizar categoria
Foto: Reprodução
Agentes da PF se manifestam no Galeão contra descumprimento de promessas de Bolsonaro de valorizar categoria

Policiais e funcionários de todos os cargos da Polícia Federal (PF) se manifestaram no fim da tarde desta quarta-feira (25) no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte. O grupo protestou contra o descumprimento das promessas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de valorizar a instituição.

Com uma faixa escrita: “Bolsonaro, honre sua palavra. Quem enfraquece a PF, fortalece a corrupção!”, a categoria pediu a reestruturação de carreira na PF. A medida criaria mais níveis na trajetória profissional dos agentes e aumentaria os salários, que não tiveram reajustes para acompanhar a inflação.

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Além disso, o grupo reclama de não receber FGTS, adicional de periculosidade, adicional noturno, auxílio moradia, auxílio fardamento e hora extra. Os profissionais também sofrem um desconto de 41% no Imposto de Renda da Previdência.

Segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal no Estado do RJ (ADPF/RJ), os policiais federais foram prejudicados pela reforma da previdência, principalmente quanto às regras de pensão por morte.

Ao longo do governo, Bolsonaro prometeu valorizar os policiais e aumentar seus salários, o que gerou uma expectativa de reajuste na faixa entre 16% e 20%. O Congresso chegou a aprovar em dezembro de 2021 um orçamento de R$ 1,7 bilhões para esse fim, mas, em abril, o ministro da Economia Paulo Guedes anunciou um reajuste de 5% para todo o funcionalismo público.

"Faltava só uma medida provisória, mas ele começou a falar que não teria dinheiro, culpou outros funcionários. Isso é uma política econômica”, afirmou Dario Cruz, delegado da PF e diretor de comunicação do SINDPF/RJ. “Só tivemos prejuízo nesse governo”, completou.

O ato desta quarta-feira (25) foi parte de uma ação conjunta de todas as unidades da PF do país para conscientizar a população e a classe política, que utiliza o aeroporto, para valorizar a instituição.

“O saldo foi muito positivo, porque a gente está tentando conscientizar a população da importância de valorizar a PF, não é só valorizar bem material. Se você não valoriza, você corrói a instituição”, afirmou Dario.

Ao todo, cerca de 100 agentes participaram do ato.


Policiais federais do Rio de Janeiro fizeram operação especial no Aeroporto do Galeão

Cerca de 13 voos nacionais e internacionais passaram por vistoria criteriosa da PF, segundo balanço do sindicato local. O recrudescimento das atividades, estratégia já adotada pela Receita Federal em portos e aeroportos, atrasa o embarque de passageiros e, portanto, as decolagens.

Assim como no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também registraram operações especiais nesta semana, adotadas como forma de pressionar o governo federal para enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que reestrutura as carreiras da corporação — promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro ainda em 2021.

Movimento similar é realizado por servidores da Receita Federal desde o começo do ano, pela operação padrão. Nesse caso, o objetivo é retardar atividades de fiscalização de remessas em portos e entradas e saídas nas fronteiras brasileiras.