PF prevê novos protestos até que Bolsonaro cumpra promessa de reajuste
Associação Nacional dos Delegados de PF disse que o clima na categoria é de "revolta e insatisfação"
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou uma nota pública nesta quinta-feira (19) em que afirma que a categoria continuará a promover protestos até que o presidente Jair Bolsonaro cumpra a promessa de reajuste salarial.
Segundo o documento, o clima entre os profissionais de segurança pública é de "revolta e insatisfação". Veja a nota na íntegra.
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"O impasse causado pelo próprio governo federal, propagando informações conflitantes, equivocadas, com mudanças frequentes de posicionamento, vem gerando clima de instabilidade, revolta e insatisfação, algo nunca antes visto pelos Delegados de Polícia Federal. Da mesma forma, frisa-se a importância do tratamento isonômico entre as carreiras, evitando-se outros desgastes", diz o comunicado.
A ADPF diz para os policiais priorizarem atividades essenciais voltadas à segurança pública enquanto não houver reestruturação da carreira. Entre as atividades que devem seguir estão combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos, ao tráfico de drogas e armas, o tráfico internacional de pessoas, pedofilia, crimes cibernéticos e combate aos crimes eleitorais.
A nota também dá um recado para os entusiastas da pauta armamentista, defendida por Bolsonaro.
"Atividades administrativas, como as análises de aquisição, registro e porte de arma de fogo, com prazos legais de 30 e 60 dias, poderão ser impactadas com atrasos ou mesmo suspensão temporária", diz a nota.
"A Polícia Federal é uma polícia de Estado e não de governo. Vale destacar que a PF não protege e nem persegue ninguém. Não existe qualquer indivíduo ou autoridade que esteja acima da lei […] Os delegados federais não aguardarão inertes o cumprimento do compromisso firmado. Agora é o tempo de ações. É preciso ter respeito por homens e mulheres que arriscam suas próprias vidas para salvaguardar o Estado, suas instituições e a população brasileira", conclui a ADPF.