Mercosul: Argentina e Paraguai apoiam redução de tarifas de importação
Em audiência pública na Câmara, chanceler Carlos França afirma que Brasil agora tenta convencer o Uruguai a aceitar a medida
O chanceler Carlos França afirmou, nesta quarta-feira (18), que o Brasil já chegou a um entendimento com Argentina e Paraguai sobre a nova rodada de redução de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, usada no comércio com países de fora do bloco. Segundo ele, falta apenas o aval do Uruguai para que a medida, que se insere nos planos de abertura comercial do governo, possa ser adotada ainda este ano.
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Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o chanceler explicou que o acordo com argentinos e paraguaios prevê a redução de 87% das alíquotas, com a exclusão de setores sensíveis. Essa fórmula foi usada em novembro de 2021, quando a Argentina conseguiu a exclusão de produtos como automóveis, autopeças, laticínios, têxteis, pêssegos e brinquedos.
Em relatos ao GLOBO, interlocutores do governo disseram que o Uruguai não se conforma com a falta de apoio do Brasil para a realização de acordos comerciais em separado dos demais sócios do Mercosul com terceiros mercados. Os brasileiros não se opõem a essa proposta de Montevidéu, que se prepara para negociar um tratado de livre comércio com a China. No entanto, Brasília não se pronunciou oficialmente a favor desse caminho.
França disse que viajou duas vezes ao Uruguai para conversar sobre o acordo que o país pretende negociar com os chineses. Mas não indicou que existe uma posição fechada. "Estamos vendo como vamos harmonizar o desejo do Uruguai com as novas do Mercosul", afirmou.