Inflação corrói Auxílio Brasil, que já não compra cesta básica

Se levado em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de janeiro a abril deste ano, que ficou em 4,31%, o Auxílio Brasil deveria ser de R$ 417

Auxílio Brasil
Foto: Divulgação
Auxílio Brasil

Com um Auxílio Brasil de R$ 400, agora indefinidamente, e não só em 2022, o poder de compra dos beneficiários vai ficar comprometido. Isso porque o auxílio já está defasado por conta da inflação. Se levado em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de janeiro a abril deste ano, que ficou em 4,31%, o Auxílio Brasil deveria ser de R$ 417.

Para se ter uma ideia, a cesta básica no Rio de Janeiro, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), já está em R$ 750,51. Com isso, os R$ 400 não compram sequer uma cesta. O alerta é de Paola Carvalho, da Rede Brasileira de Renda Básica.

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Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados do IBGE mostram que a alta da inflação desde dezembro se deve, em grande parte, ao avanço dos preços dos alimentos. No acumulado até abril, a alimentação em domicílio ficou 8,26% mais cara. Neste ponto a situação do beneficiário ficaria ainda mais crítica: se considerada apenas a inflação de alimentos, o Auxílio Brasil já deveria estar em R$ 433.

Conforme o Dieese, quem recebe o Auxílio Brasil de R$ 400 no Rio de Janeiro ainda precisa de R$ 350,71 extras para comprar uma cesta básica. No caso de São Paulo, que possui o maior custo do país, a diferença entre os valores do Auxílio Brasil e da cesta básica é de R$ 361,19.

"O beneficiário do Auxílio Brasil não tem como completar esse valor. O resultado são pessoas se alimentando mal e sobrevivendo com menos que o necessário", lamenta Paola.