Lula perde votos entre recebedores do Auxílio Brasil, diz pesquisa
As intenções de voto, no entanto, não vão para Bolsonaro
O Auxílio Brasil já está impactando as intenções de voto do eleitorado, segundo mostra a pesquisa do FSB/BTG, divulgada nesta segunda-feira (25). Em março, 59% dos entrevistados que recebem o Auxílio votariam em Lula, percentual que caiu para 50% em abril. Já entre os que não recebem, mas alguém de casa recebe, o percentual caiu de 58% para 47%.
Os votos, no entanto, não migraram para o presidente Jair Bolsonaro, que ganhou apenas um ponto percentual entre uma pesquisa e outra, de 22% para 23%, entre essa parcela do eleitorado. Já entre os que têm alguém em casa que recebe o benefício, os votos para Bolsonaro subiram de 25% para 28%.
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O maior "beneficiado" foi a opção "branco/nulo", que entre os recebedores do benefício subiu de 25% para 28% nas intenções de voto.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse na última terça-feira (19) que a votação da medida provisória do Auxílio Brasil (MP 1076/21) vai refletir a polarização política no País. Segundo Lira, há risco de os valores previstos para o programa aumentarem.
Crise pior
Para a maioria dos eleitores, a crise econômica atual é pior que as anteriores e será difícil superá-la. Entre os entrevistados, 40% dizem que é “muito pior” e 20% classificam apenas como “pior”, segundo pesquisa da FSB/BTG Pactual. Outros 10% acham que está “igual”.
Da parcela do eleitorado que vê as crises passadas como mais intensas, 18% avalia que a atual é “melhor” e 10% como "muito melhor".
Principais fatores pesando no bolso
A pesquisa também abordou os principais impactos da crise na vida dos eleitores. Seis em cada dez lista a inflação como principal fator que pesou no bolso nos últimos seis meses, outros 39% citam as dívidas. Desemprego (38%) e contas em atraso (32%) também preocupam.
Quando a pergunta é o culpado pelo desastre econômico, 42% nomeia o presidente Jair Bolsonaro. Já entre os que isentam o mandatário, 25% culpam a pandemia, 21% os governos anteriores 8% a situação internacional e 5% não souberam ou preferiram não responder.
Foram ouvidos 2.000 eleitores entre os dias 22 a 24 de abril. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança em 95%.
Ainda de acordo com o FSB, o ex-presidente Lula lidera a disputa presidencial, com 41% das intenções de voto, e o atual presidente Jair Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 32%. O ex-ministro Ciro Gomes aparece na terceira posição, com 9%. O ex-governador de São Paulo João Doria e o deputado federal André Janones estão empatados com 3%; a senadora Simone Tebet e Vera Lúcia têm 1%. Os demais candidatos não pontuaram.