Adriano Pires, substituto de Luna, já criticou governo; veja a fala

Futuro presidente da Petrobras concedeu entrevista e disse que governo é "refém dos caminhoneiros"

Adriano Pires, futuro presidente da Petrobras
Foto: Pedro França/Agência Senado
Adriano Pires, futuro presidente da Petrobras

O indicado para a presidência da Petrobras oficialmente, Adriano Pires , já criticou o governo de Jair Bolsonaro. O economista que substituirá o atual mandatário da estatal, Joaquim Silva e Luna, disse que a gestão econômica era "refém dos caminhoneiros". 

“É impressionante, um governo que se diz tão forte, tão liberal, ficar refém dos caminhoneiros”, disse Pires, que dirigia o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), em abril de 2019, após Bolsonaro ter pedido para a Petrobras segurar o reajuste no preço do diesel, Pires concedeu uma entrevista à jornalista Juliana Elias, do UOL. A informação foi adiantada pelo colunista Guilherme Amado.

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“Foi mais um retrocesso e é muito ruim para o país, porque deixa de atrair investimento; ruim para a Petrobras, porque perde dinheiro, e ruim para o governo, porque perde credibilidade.”

Pires se posicionou contra a intervenção nos preços, mas defendeu a criação de um fundo com subsídios para impedir o repasse do valor ao consumidor.

Um dia depois, nesta segunda-feira (28), o governo tornou pública a decisão de  demitir o general Joaquim Silva e Luna do comando da estatal, menos de um ano depois dele assumir o cargo. Pires assume o posto no próximo dia 13, quando ocorre a reunião dos acionistas que vai referendar as novas indicações para o Conselho de Administração da estatal.

Em artigo publicado no site "Poder 360" no último dia 22, Pires defendeu que qualquer preço acima dos US$ 95 para o barril de petróleo seria consequência do "efeito guerra" e que "não é justo que a sociedade que está saindo mais pobre da pandemia pague esse" efeito.

"Qual é a solução imediata? Construir uma espécie de fundo com subsídios específicos com duração de 3 a 6 meses que cubra o 'efeito guerra'", escreveu. Ele rechaçou qualquer interferência na Petrobras.

"O que não podemos, e não devemos, é ceder à tentação de intervir nos preços da Petrobras, algo que só trouxe prejuízos para toda a sociedade brasileira e que significa o atraso do atraso. Precisamos respeitar a legislação de preços livres em toda a cadeia da refinaria até o posto de revenda", afirmou.

Ele disse ainda que a missão principal da Petrobras será cada vez mais investir na exploração e produção de óleo e gás na região do pré-sal e ressaltou que a empresa "não é uma estatal". "Com isso, a empresa, que não é uma estatal, poderá pagar dividendos significativos, respeitar o direito dos acionistas, criar empregos, pagar royalties e participações especiais e outros impostos e ajudar a transformar o pré-sal numa riqueza que beneficiará as gerações presentes e as futuras de brasileiros".