Associação diz já sentir efeitos da guerra na cadeia de alimentos

Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) alerta para alta no preço sentida pelos consumidores

Associação diz já sentir efeitos da guerra na cadeia de alimentos
Foto: Reprodução
Associação diz já sentir efeitos da guerra na cadeia de alimentos

A indústria de alimentos acompanha a situação internacional e prevê os possíveis impactos em toda a cadeia produtiva, devido o encarecimento de matérias-primas e insumos utilizados pelo setor com a guerra na Ucrânia. Caso o conflito se estenda, todos os países que possuem relações comerciais com a União Europeia, Estados Unidos, Ucrânia e Rússia, inclusive o Brasil, serão afetados. O meio alimentício já sente os efeitos com a alta em diversos itens que compõem o custo de produção. É o que revela uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).

A região envolvida no conflito é grande produtora de diversas commodities e produtos que abastecem a economia brasileira, os principais itens são Petróleo, milho, trigo e fertilizantes. As oscilações que ocorrem no mercado financeiro podem demorar a afetar, de fato, a produção de alimentos e os consumidores.

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Rússia e Ucrânia são importantes produtores e exportadores de milho, com uma participação nas exportações mundiais para este ano-safra de quase 20%, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O que torna o conflito uma relevante fonte de pressão nos preços internacionais. Os valores vêm subindo de forma acelerada, principalmente, devido à expectativa de queda na oferta mundial.

Para o petróleo, a tendência é de alta, o que impacta diretamente nos custos de produção e nos preços de combustíveis no Brasil, assim como no dos materiais para embalagens plástica. Essas matérias-primas e embalagens respondem por 60% dos custos de produção dos alimentos industrializados. Somente em 2021, a alta desses insumos chegou a 100%.

Rússia e Bielorússia foram responsáveis, em 2021, por 25% do volume total de fertilizantes importado pelo Brasil. Caso o conflito persista haverá pressão adicional no custo das commodities agrícolas na próxima safra de verão. O preço do trigo no mercado internacional, já operava com tendência de alta com isso passa a ter uma nova fonte de pressão. Porém, no caso do Brasil, uma vez que a Argentina é o nosso principal fornecedor (87,5% do trigo que importamos), a ABIA não vê, neste momento, risco de desabastecimento.

O cenário aponta para um aumento nos custos da indústria alimentícia e, consequentemente, nos preços ao consumidor. De acordo com a ABIA, é preciso acompanhar os impactos nos custos de produção. "Mantida a alta dos preços das commodities (agrícolas e energia), diminui a expectativa de crescimento do consumo no mercado interno. No caso das exportações, o cenário de alta nos preços dos alimentos contribui para a ampliação das vendas, mesmo com a expectativa de redução do crescimento da economia mundial", destaca a associação.