Bolsonaro diz haver risco de falta de alimentos devido à guerra

Presidente aproveitou para defender a aprovação do PL que autoriza a mineração em terras indígenas

Presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu possibilidade de falta de alimentos devido à guerra
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - 25.02.2022
Presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu possibilidade de falta de alimentos devido à guerra

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (17) que “pede a Deus” para que não comece uma “guerra que trata dos alimentos”. Para Bolsonaro, caso aconteça, ela “matará mais gente do que a Primeira e a Segunda guerras mundiais juntas”.

Bolsonaro fazia uma menção indireta às possíveis consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já alertou para a possibilidade de aumento nos preços dos alimentos e no fornecimento de fertilizantes.

"Nós ficamos sem gasolina, sem zap, sem Corinthians, sem Palmeiras, sem um montão de coisas, mas não ficamos sem comida. Se essa guerra se aprofunda, se medidas drásticas começam a ser adotadas de um lado ou de outro, faltará coisas básicas para nós", afirmou o presidente.

A crise no abastecimento de fertilizantes começou no ano passado, quando vários países adotaram sanções contra a Bielorrússia — cujo governo é acusado de violar os direitos humanos.

Com os ataques militares à Ucrânia, vários países decidiram sancionar a Rússia comercialmente, o que pode afetar o fornecimento de fertilizantes para o Brasil.

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O presidente aproveitou a oportunidade para defender a aprovação do projeto de lei que autoriza a mineração em terras indígenas. O chefe do Executivo afirmou que “o índio vai sofrer também se faltar fertilizantes”.

"Aqui, no primeiro momento, cai a produtividade, num segundo falta alimento. Todo mundo aqui está ameaçado nessa guerra. Ninguém vai se safar".

O governo lançou uma ofensiva para acelerar a aprovação do PL, que também libera a construção de hidrelétricas e a plantação de transgênicos em reservas indígenas.

Para acelerar a tramitação do texto, que estava engavetado na Câmara desde fevereiro de 2020, Bolsonaro passou a dizer que a proposta era uma forma de evitar o desabastecimento de fertilizantes. Hoje, o Brasil é dependente da Rússia e do Canadá na importação desses insumos agrícolas.