Bolsonaro estuda demitir até 3 diretores da Petrobras, diz site
Presidente está insatisfeito com a política de reajustes da empresa
Insatisfeito com o preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) quer demitir de 2 a 3 diretores da Petrobras, segundo apurou o site Poder 360. O atual presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, também é alvo de críticas, mas descarta pedir demissão.
A demissão de um integrante do conselho de diretores da Petrobras precisa passar pelo conselho de administração da companhia.
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O presidente Jair Bolsonaro revelou que o governo federal foi avisado antecipadamente que a Petrobras iria realizar um reajuste no preço dos combustíveis, que foi anunciado na quinta-feira passada. Bolsonaro disse que foi feito um pedido para que a empresa adiasse por um dia o aumento, mas afirmou que essa solicitação não foi aceita.
A declaração ocorreu em entrevista à TV Ponta Negra, gravada na manhã de terça-feira e transmitida nesta quarta (16).
"Por questão de um dia, foi feito contato com a Petrobras , porque chegou para nós que eles iriam ajustar na quinta-feira da semana passada, né, foi feito um pedido para que deixasse para o dia seguinte, atrasasse um dia. Eles não nos atenderam", disse Bolsonaro na entrevista.
Hoje, a diretoria da estatal tem a seguinte formação:
- JOAQUIM SILVA E LUNA – presidente;
- CLAUDIO MASTELLA – diretor-executivo de Comercialização e Logística;
- FERNANDO BORGES – diretor-executivo de Exploração e Produção;
- JOÃO HENRIQUE RITTERSHAUSSEN – diretor-executivo de Desenvolvimento da Produção;
- JULIANO DE CARVALHO DANTAS – diretor de transformação digital e inovação;
- RAFAEL CHAVES – diretor-executivo de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade;
- RODRIGO ARAÚJO ALVES – diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores;
- RODRIGO COSTA LIMA E SILVA – diretor-executivo de refino e gás natural;
- SALVADOR DAHAN – diretor-executivo de Governança e Conformidade.
A Petrobras confirmou a indicação do presidente do Flamengo e ex-funcionário de carreira da empresa, Rodolfo Landim, ao Conselho de Administração da petroleira. A informação foi divulgada na madrugada no último domingo (6), em fato relevante.
A mudança na composição do conselho ocorre em um momento em que a Petrobras enfrenta pressões para aplicar um novo reajuste no preço dos combustíveis, com o barril do petróleo se aproximando de US$ 120 no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Dos oito indicados, três são novos nomes para o conselho da estatal. Destaque para Rodolfo Landim, indicado para ocupar a presidência no lugar de Eduardo Bacellar. Landim já foi diretor da estatal, trabalhou com Eike Batista e hoje é presidente do Flamengo.
Petrobras se defende de acusações
Após duras críticas do presidente Jair Bolsonaro de que teria registrado um 'lucro absurdo' em um 'momento atípico no mundo ', a Petrobras divulgou um vídeo pelas redes sociais para se defender. Na campanha, afirma que seu lucro, embora bilionário, 'não é tão alto' e é 'proporcional ao seu investimento no país'.
Os ganhos recordes da Petrobras no ano passado, de quase R$ 107 bilhões, estão sendo o principal alvo de críticas contra a estatal diante da alta dos combustíveis. No último dia 11, a gasolina e o diesel passaram por reajustes nas refinarias, subindo 18,8% e 24,9%, respectivamente.
No vídeo , a Petrobras rebate às declarações, dizendo que é "uma das empresas que mais investem no Brasil" e que "para entender o lucro, precisamos olhar para o percentual".