Veja as empresas que não boicotam a Rússia após 15 dias de guerra

Caterpillar, Coty, Mondelez e Otis estão entre as companhias listadas por um professor de Yale

Pirelli é a fornecedora oficial de pneus para a Fórmula 1 e mantém operações na Rússia
Foto: Divulgação
Pirelli é a fornecedora oficial de pneus para a Fórmula 1 e mantém operações na Rússia

Em retaliação ao ataque militar da Rússia à Ucrânia, dezenas de empresas estrangeiras encerraram ou suspenderam operações no país de Putin. Interessado nestes conflitos diplomáticos e econômicos, um professor da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e sua equipe de pesquisa monitoram as empresas que ainda operam na Rússia enquanto outras companhias sancionam seus embargos.

De acordo com as análises do professor Jeffrey Sonnenfeld, da Escola de Administração de Yale, o ritmo dos anúncios de retirada das companhias está acelerando:

"Nos dias desde que publicamos inicialmente nossa lista, muitas das empresas “restantes” responderam à reação do público e decidiram se retirar, e estamos continuamente revisando nossa catalogação para refletir essas decisões à medida que são tomadas", declarou Sonnenfeld.

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 Até o momento, a lista ainda inclui empresas americanas como Caterpillar( fabricante líder mundial de equipamentos de construção e mineração, motores diesel e gás natural, turbinas industriais e locomotivas), a  multinacional de cosméticos Coty, Deere & Company, de equipamentos para construção, Kimberly-Clark, de cuidados pessoais, Otis Worldwide , fabricante de elevadores, e Mondelez International Inc, conglomerado de alimentos.

Fora dos EUA, a listagem inclui a italiana de pneus Pirelli. A suíça Nestlé, do ramo alimentício, estava na lista - mas também rendeu-se à pressão do público e anunciou a suspensão dos investimentos na Rússia.

Ao fim desta terça-feira, mais empresas que faziam parte da lista decidiram fechar operações em territórios russos.

O McDonald’s anunciou o fechamento temporário de 850 restaurantes no país, como resposta à invasão da Ucrânia. Coca-Cola e Starbucks também anunciaram a saída do país. Já a PepsiCo disse que suspenderá toda a publicidade e a venda de suas marcas de bebidas, mas continuará a vender produtos essenciais, como leite e comida para bebês.

“Dadas as condições atuais na Europa Oriental, suspendemos substancialmente todas as nossas atividades de vendas, distribuição e serviços na Rússia e na Bielorrússia. Continuamos a avaliar a situação”, disse a Pepsi  ao MarketWatch.

Reputação leva empresas a se retirarem da Rússia

Já no início desta quarta-feira, a empresa de tabaco Philip Morris International Inc.  disse que estava suspendendo o investimento na Rússia e ativando um plano para reduzir a produção

A popular rede de pizzarias da Papa John's também anunciou a suspensão de todas as operações corporativas na Rússia ao condenar a invasão da Ucrânia. O Papa John's tem 186 restaurantes na Rússia, mas todos são de propriedade de franqueados e não recebem royalties.

A empresa de calçados e roupas esportivas americana Skechers também resolveu sair da lista da Yale, suspendendo temporariamente os embarques para a Rússia, além de doar US$ 250 mil em ajuda humanitária para a Ucrânia, e equiparando as doações a funcionários até outros US$ 250 mil.

A lista completa de empresas, que está sendo atualizada diariamente, está no site da Yale School of Management.

As empresas têm um incentivo de reputação para desistir, apesar de qualquer perda de investimento ou negócios, escreveu Sonnenfeld na Fortune na última segunda-feira: 

“As empresas que não se retirarem enfrentam uma onda de ressentimento público dos EUA muito maior do que as que enfrentam em mudanças climáticas, direitos de voto, segurança de armas, reforma da imigração ou segurança nas fronteiras”.

Ele citou uma pesquisa da Morning Consult que descobriu que mais de 75% dos americanos querem que as empresas cortem seus laços comerciais com a Rússia, unidos sobre o assunto em linhas políticas de uma maneira que se tornou bastante rara.

*Com agências internacionais