Guedes admite fundo para diesel em caso de prolongação da guerra

Ministro da Economia afirmou que medida só deverá ser tomada se projetos aprovados pelo Senado não surtirem efeito esperado

Guedes e Albuquerque admitiram possibilidade de um fundo para segurar preço do diesel
Foto: EDU ANDRADE/Ascom ME 10.03.2022
Guedes e Albuquerque admitiram possibilidade de um fundo para segurar preço do diesel

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira (10) que sua equipe estuda um fundo para o diesel, caso a guerra entre Rússia e Ucrânia se prolongue. A declaração foi dada em coletiva de imprensa, realizada no fim da tarde, na porta do Ministério da Economia.

Ao lado do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Guedes afirmou que os projetos aprovados pelo Senado para os combustíveis devem sustentar os preços caso a guerra termine em até dois meses. Após esse prazo, a volatilidade do barril de petróleo no mercado internacional poderá pressionar os preços, o que obrigaria a criação do fundo.

"Se isso [a guerra] se resolve em 30 ou 60 dias, a crise estaria mais ou menos endereçada. Agora, vai que isso se precipita e vira uma escalada? Aí sim, você começa a pensar em subsídio para o diesel", afirmou.

"Nós vamos nos mover de acordo com a situação", disse Guedes.

Nesta quinta, a Petrobras anunciou um novo reajuste no preço dos combustíveis provocado pelo barril do petróleo, que atingiu US$ 130 o barril nesta semana. A gasolina deverá ter reajuste de 18% e o diesel de 24,9% a partir desta sexta-feira (11).

Para tentar segurar a escalada de preços, o Senado aprovou dois projetos que alteram a tributação de ICMS dos combustíveis e cria um fundo de estabilização para evitar fortes aumentos nas bombas. Um dos projetos ainda disponibiliza um auxílio-gasolina, que deverá custar R$ 3 bilhões aos cofres públicos. Os textos ainda devem passar por análise na Câmara dos Deputados.

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Em coletiva, Guedes reafirmou que as medidas poderão derrubar o valor dos combustíveis em até R$ 0,60 nas refinarias.

Política de preços da Petrobras

Ao serem questionados sobre possível mudança na política de preços da Petrobras, Guedes e Albuquerque negaram e reafirmaram a manutenção da Política de Paridade Internacional para os combustíveis. O ministro de Minas e Energia lembrou que a medida é uma lei e não vontade do governo.

Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mira uma mudança para conseguir aumentar sua popularidade em ano eleitoral. Bolsonaro chegou a convocar uma reunião entre Guedes, Albuquerque e o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, mas os termos da conversa não foram divulgados.