Bolsa oscila e dólar opera em alta com conflito entre Rússia e Ucrânia
Investidores seguem monitorando escalada de conflito, enquanto avaliam anúncios de sanções e balanços corporativos
A Bolsa tem volatilidade enquanto o dólar opera em alta ante o real nesta sexta-feira (25). O conflito entre Rússia e Ucrânia segue ditando o ritmo dos mercados pelo mundo. Após quedas na véspera, os índices europeus e asiáticos apresentavam recuperação enquanto o petróleo voltava a ultrapassar os US$ 100.
Por volta de 13h, o Ibovespa subia 0,19%, aos 111.802 pontos, após já ter operado em baixa.
No mesmo horário, moeda americana tinha alta de 0,82%, negociada a R$ 5,1518.
Um dia após o presidente russo Vladmir Putin autorizar uma invasão militar em larga escala na Ucrânia, tropas russas alcançaram Kiev, a capital do país vizinho.
Além da escala do conflito, os investidores monitoram o anúncio de novas sanções por parte dos países ocidentais.
Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Putin enfrentará um duro golpe em sua economia. Ele também disse que os EUA liberariam mais petróleo estratégico conforme as condições demandassem.
O discurso do líder americano melhorou os ânimos dos mercados, com as bolsas nos Estados Unidos revertendo as perdas na reta final do pregão.
Além da imprevisibilidade de um conflito armado, os agentes têm receio sobre as novas pressões que uma alta nos preços do petróleo, gás natural e grãos podem exercer na inflação global.
A Rússia é uma grande exportadora dessas commodities, e possíveis interrupções na cadeia devem elevar os preços desses produtos.
"Os investidores ainda estão reconsiderando os riscos sistêmicos do cenário geopolítico. A guinada das bolsas europeias de hoje reflete a franca recuperação das americanas ontem, depois do anúncio das sanções por Biden, que ainda são vistas como brandas", destacaram analistas da Guide Investimentos, em nota matinal.
Na agenda do dia, o destaque é para a divulgação do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos.
O índice de preços de gastos com o consumo subiu 0,6% em janeiro. Na base de comparação anual, houve alta de 6,1%.
O núcleo do índice, quando são excluídos os componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,5% em janeiro ante dezembro e avançou 5,2% na base anual.
Vale sobe, após balanço
Na cena interna, os investidores seguem repercutindo a temporada de balanços corporativos do quarto trimestre.
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O destaque vai para os números da Vale. A empresa registrou lucro líquido de R$ 121,2 bilhões em 2021, o que representa um crescimento de 354% na comparação com o resultado de 2020, que foi de R$ 26,7 bilhões. Trata-se de um recorde.
As ações ordinárias da companhia (VALE3, com direito a voto) subiam 1,85%.
Os papéis ordinários da Siderúrgica Nacional (CSNA3) subiam 2,85% e as preferenciais da Usiminas (USIM5, sem direito a voto) cediam 0,
Os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) subiam 0,98% e os preferenciais (PETR4), 0,48%.
No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e as do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 1,48% e 0,25%, respectivamente.
Os papéis ON da Americanas (AMER3) cediam 2,19%. Após o fechamento do mercado de quinta-feira, a varejista reportou alta de 20,5% no lucro líquido do quarto trimestre sobre um ano antes, com desempenho operacional dentro do esperado pelo mercado e um crescimento de vendas digitais de mais de 30%.
Em 2021, a empresa teve lucro recorde de R$ 730,9 milhões.