Arrecadação federal soma R$ 235,3 em janeiro e bate recorde

Dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Receita Federal

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Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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Ainda sob impacto da alta na inflação, a arrecadação federal em janeiro de 2022 somou R$ 235,3 bilhões, de acordo com dados da Receita Federal. O número registra um avanço de 18,30% em relação ao mesmo mês do ano anterior, já descontada a inflação do período.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23), mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia adiantado que o resultado seria positivo. Em evento do banco BTG Pactual, Guedes afirmou que a arrecadação subiria 16% neste mês.

A Receita afirmou que é o melhor resultado desde 1995, mas anteriormente usava o período a partir de 2000 para avaliar a série histórica por causa de questões metodológicas.

A arrecadação vem batendo recorde nos últimos meses, mas especialistas avaliam que o desempenho não representa apenas a retomada da economia, que tem sinais de desaceleração, ante ao período de contração causado pela pandemia da Covid-19.

Esse aumento da receita estaria também reflete a elevação do preço dos produtos. Mais caros, a arrecadação com tributos também cresce. Em 2021, o IPCA fechou em 10,06%. A prévia da inflação de fevereiro mostra que a aceleração nos preços continua: o indicador acumulado nos últimos 12 meses está em 10,76%, de acordo com o IPCA-15 divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE.

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Em 2021, a arrecadação federal somou R$ 1,878 trilhão, um avanço de 17,36% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação. Foi o melhor desempenho arrecadatório para um ano desde 2000

Ainda assim, especialistas alertam que a situação para 2022 é de muita incerteza, apesar da convicção do governo de que essa elevação é estrutural.

Arrecadação recorde

De acordo com a Receita, o desempenho do mês de janeiro pode ser explicado por pagamentos atípicos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), em razão de diferimentos e pelo comportamento das compensações efetuadas no mês. 

Ainda assim, o Fisco afirma que, desconsiderando esses pagamentos atípicos, haveria um crescimento real de 9,19% na arrecadação de janeiro de 2022. "Esse desempenho pode ser explicado pelo comportamento da economia e pelo crescimento da arrecadação do IRPJ/CSLL, especialmente das empresas que fecharam seus balanços no mês de dezembro de 2021", diz em relatório.