FGTS pode ser liberado para pagar dívidas, diz Guedes
Ministro da Economia também afirmou que o governo pretende reduzir em 25% o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (22) que o governo pode liberar o saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para quem precisa pagar dívidas. Guedes destacou que as pessoas podem estar devendo no banco enquanto têm dinheiro parado no fundo.
"Há várias iniciativas que podemos ter até o fim do ano que devem ajudar a economia a crescer. Podemos mobilizar recursos do FGTS também, porque são fundos privados. São pessoas que têm recursos lá e que estão passando por dificuldades. Às vezes o cara está devendo dinheiro no banco e está credor no FGTS. Por que que não pode sacar essa conta e liquidar a dívida dele do outro lado?", questionou o ministro em evento do BTG Pactual.
Diante das altas dos juros e da inflação, o endividamento das famílias bateu recorde no ano passado, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada no último dia 18 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado atingiu 70,9% dos lares brasileiros, maior taxa nos últimos 11 anos.
Nesta segunda, a ONU (Organização das Nações Unidas) também alertou para um nível "preocupante" do endividamento no país. Segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), sete em cada dez famílias se endividaram desde o início da pandemia, em meados de abril de 2020, até os dias atuais.
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IPI será reduzido em 25%
Durante o evento, Paulo Guedes ainda afirmou que o governo pretende reduzir em 25% o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). O ministro disse que a medida é necessária porque a indústria sofre há décadas com impostos e juros altos e encargos trabalhistas excessivos.
"Nós temos de atacar essas três questões, é uma questão de tempo. Vamos fazer um primeiro movimento agora, reduzir 25% do IPI. É um movimento de reindustrialização do Brasil", declarou.
As alíquotas do IPI variam de zero a 30% dependendo do produto comercializado, podendo chegar a 300% no caso de produtos nocivos á saude, como cigarros com tabaco.
A ideia é que, caso a proposta seja aprovada, apenas cigarros e bebidas continuem com tributação mais elevada.
O ministro disse que a medida conta com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL); do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele não deu detalhes sobre quando ela seria implementada nem informou como a perda de arredacação seria compensada.