Após devolução do Galeão, concessionárias querem rever contratos

Anac acenou com revisões pontuais de valores de 2021. Só que as empresas querem uma revisão integral considerando os efeitos de longo prazo da Covid

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Foto: Tania Rego/A.Br
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Operadoras de aeroportos e o governo estão travando uma batalha nos bastidores após a decisão da Changi, operadora aeroportuária de Cingapura, de devolver o Galeão.

É que as empresas cobram uma revisão integral dos termos dos contratos de concessão devido ao impacto negativo de longo prazo da pandemia sobre o fluxo de passageiros, embora a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tenha acenado com revisões pontuais de valores de 2021.

Apesar de a crise do Galeão não se restringir à pandemia, o debate coloca em discussão a flexibilidade do governo para negociar com operadores privados no momento em que se prepara para realizar a 7ª rodada de concessões, na qual será leiloado o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, uma das joias da coroa nas mãos da Infraero.

A avaliação é que a pandemia representa um risco que não poderia ser mensurado no momento da concessão e que torna impossível alcançar os resultados previstos no período.

A Anac já concluiu a análise de pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro de operadores de 15 aeroportos por perdas causadas pela pandemia, limitando o escopo ao ano de 2021. Segundo a agência reguladora,  três pedidos seguem em análise: Galeão, no Rio; Confins, em Minas Gerais; e São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.