Clientes da Light podem sofrer 18% de aumento na conta de luz; entenda

Valor incorpora custo da crise hídrica do ano passado

Aneel
Foto: Redação 1Bilhão Educação Financeira
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avalia um aumento de 17,96% nas contas de luz dos clientes residenciais (de baixa tensão) da Light, concessionária dos serviços de distribuição de energia na região metropolitana do Rio.

Para os consumidores industriais (de alta tensão) da Light, o aumento médio analisado é menor, de 9,52%. O reajuste é puxado pela crise hídrica do ano passado e pela alta do dólar no ano passado, que aumentou os custos para comprar energia.

O reajuste da Light em 2022 é chamado tecnicamente de “revisão tarifária”. É um processo que ocorre a cada cinco anos, quando são analisados diversos aspectos do contrato de concessão. Por isso, é diferente dos reajustes anuais.

Os números foram colocados em consulta pública pela Aneel e, por isso, ainda podem mudar. O resultado final será divulgado em março pela agência reguladora para começar a valer a partir do dia 15 do mês.

O aumento nas contas de luz da Light é impulsionado principalmente pela crise hídrica. Por conta da falta de chuvas, o governo aciona usinas termelétricas mais caras, para poupar água dos reservatórios. O custo dessas usinas estão sendo repassados para os consumidores.

O governo já havia criado a Bandeira Tarifária da Escassez Hídrica, que vale até abril e representa um custo extra de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Mas essa cobrança não foi suficiente para cobrir todos os custos do setor.

A tarifa de energia elétrica é reajustada considerando uma série de fatores, como o dólar e os custos do aumento da geração de energia por meio de usinas térmicas — que é decorrente da falta de chuvas.

Além da compra de energia ter ficado mais cara, o consumidor também vai pagar mais pelos encargos do setor elétrico. Só o pagamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) irá representar uma alta de 5,5% nas contas de luz. Esse fundo banca as ações do setor elétrico, como a tarifa social de energia para famílias de baixa renda.

Por outro lado, os custos de transmissão de energia caíram. A Aneel já considera nessa conta um empréstimo que vai ser concedido às distribuidoras neste ano por meio das contas de luz. Sem esse empréstimo, a tarifa teria subido mais 5% neste ano. 

No caso da Light, ainda pesa muito nas contas os chamados “gatos”, que são os furtos de energia. Cerca de 40% da energia é furtada, fazendo com que os demais consumidores paguem essa conta. A meta para os próximos cinco anos é reduzir esse número para 36,92%.

Caso seja confirmado em quase 18%, o reajuste da Light será mais um peso no orçamento das famílias neste ano. Em 2021, as tarifas de energia subiram em média 21%, de acordo com o IBGE, número que já considera diferentes bandeiras tarifárias e reajuste.