Petrobras não pode segurar preço dos combustíveis, diz Silva e Luna
Presidente da estatal disse que não é responsabilidade da empresa fazer política pública
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, se defendeu nesta quinta-feira (3) sobre as sucessivas elevações no preço dos combustíveis, segundo ele, a empresa não pode segurar preço dos combustíveis ou fazer políticas públicas.
"A gente tem visto que isso tem sido entendido, que não seja a Petrobras a segurar preços. [A empresa] trabalha em cima da legalidade, tem de praticar preços de mercados", declarou durante evento virtual do banco Credit Suisse.
Luna disse que caso decida congelar preços, a empresa perderá investimentos e enfrentará dificuldades para importar combustível, o que poderia gerar desabastecimento.
Para o presidente da estatal, a contribuição social da Petrobras é entregar resultados financeiros para seus acionistas, sendo o maior deles a União, e também recolhendo tributos aos cofres públicos.
No terceiro trimestre de 2021, a empresa teve saldo positivo de R$ 31,142 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 1,5 bilhão no mesmo período do ano passado.
Em 2021, a empresa pagou R$ 62 bilhões em dividendos, R$ 31 bilhões pela ação preferencial e outros R$ 31 bilhões pela ação ordinária.
Candidatos miram a estatal
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (3) que pretende acabar com a política de paridade preços da Petrobras que obriga a empresa a repassar reajustes ao consumidor conforme o mercado internacional.
"Nós não vamos manter o preço da gasolina dolarizado. É importante que o acionista receba seus dividendos quando a Petrobrás der lucro, mas eu não posso enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa da gasolina", disse em entrevista à Rede RDR do Paraná.
À frente nas pesquisas de intenção de voto, Lula tenta trazer par si a responsabilidade pela redução no preço dos combustíveis enquanto o presidente Jair Bolsonaro desiste de investir em uma PEC (Proposta de emenda Constitucional) para reduzir o preço dos combustíveis e da conta de luz.
Outros pré-candidatos também exibiram seus planos para a Petrobras. Ciro Gomes disse que também pretende acabar com a paridade internacional, além de recomprar ações da empresa. O ex-juiz Sérgio Moro revelou a intenção de privatizar a companhia.