Pix: FecomercioSP sugere restrições para combater golpes
Entidade quer maior rigor nas movimentações e abertura de contas digitais para dificultar ação de criminosos e facilitar investigações
O Pix se tornou um sucesso em pouco tempo, mas também passou a frequentar o noticiário policial, com o aumento de sequestros e fraudes envolvendo o meio de pagamento. Para tentar ajudar a resolver esse problema, a FecomercioSP sugeriu ao Banco Central algumas medidas.
Entre as soluções apontadas pela entidade, estão critérios mais rígidos na documentação exigida e restrições na movimentação com contas recém-abertas. Eis as recomendações do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP:
- liberar transferências imediatas via Pix apenas para contas abertas há no mínimo três meses;
- confirmação de veracidade dos documentos usados para abrir contas digitais;
- dupla checagem nas três primeiras transações, com confirmações por e-mail, SMS ou código de segurança, para aumentar a rastreabilidade das informações.
A FecomercioSP ressalta a necessidade de haver aparatos mais efetivos para identificar fraudadores sem impedir que o Pix funcione. A entidade diz que os criminosos se dispersam após as ações, o que dificulta os trabalhos de investigação.
Pix bate recordes de transações
Toda a preocupação com o Pix faz sentido: em pouco mais de um ano, ele caiu no gosto do brasileiro. Uma prova disso são os registros cada vez maiores de movimentação financeira por esse modo de transferência.
Em 20 de dezembro, o Banco Central registrou mais de 51 milhões de transações e R$ 36,8 bilhões liquidados durante um único dia. Outro número impressionante é o de chaves cadastradas: já são mais de 364 milhões.
A tendência é que o sistema fique cada vez mais completo. No fim de 2021, o Pix Saque e o Pix Troco foram lançados. Eles permitem que o consumidor retire dinheiro em estabelecimentos comerciais. Para este ano, o Banco Central planeja expandir a modalidade para débito automático, pagamentos sem internet e transferências para o exterior.
Golpes usam forma de pagamento
A facilidade de uso tornou o Pix uma ferramenta bastante explorada em sequestros, fraudes e golpes. Em uma das mais recentes, criminosos se passavam pela Netflix e ofereciam um plano trimestral com pagamento por QR Code. A prática também está começando a aparecer em boletos falsos.
Os sequestros-relâmpago também dispararam desde que o método de pagamento entrou em funcionamento. Informações de outubro de 2021 apontavam para uma alta de 39,1% neste tipo de ocorrência em São Paulo.
Com informações: FecomercioSP .
Pix: FecomercioSP sugere restrições a contas digitais para combater golpes