Salário mínimo não repõe poder de compra pela inflação

IBGE divulgou o resultado do IPCA de 2021, que mede a inflação oficial do país

Salário mínimo fica R$ 2 acima da inflação, mas se equipara ao INPC
Foto: Reprodução Twitter
Salário mínimo fica R$ 2 acima da inflação, mas se equipara ao INPC

A inflação fechou o ano de 2021 em 10,06%, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. É a maior alta em seis anos, quando chegou a 10,67% em 2015, no governo Dilma. Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que reajusta o salário mínimo ficou em 10,16% no ano, acima do reajuste de 10,0% dado no salário mínimo. 

A reposição do poder de compra é garantia constitucional. Para isso, o piso deveria subir para R$ 1.229. O Estadão procurou o Ministério da Economia para saber se o governo definirá um novo valor para o salário mínimo ou se a correção vai ficar para o ano que vem.

Em 2021, o governo reajustou o salário mínimo abaixo da inflação, contrariando o que determina a Constituição. O INPC acumulado no ano anterior foi de 5,45%, acima dos 5,22% projetados pelo governo quando definiu o aumento.

Segundo o governo, para cada R$ 1 no salário mínimo, as despesas com benefícios sociais e da Previdência atreladas ao piso sobem R$ 364,8 milhões.

Efeito em benefícios

O novo mínimo altera o valor de cálculo de benefícios previdenciários, sociais e trabalhistas. No caso das aposentadorias e pensões por morte ou auxílio-doença, os valores deverão ser atualizados com base no novo mínimo. O mesmo vale para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que corresponde a um salário mínimo e é pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Cálculos das contribuições dos trabalhadores ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também serão reajustados. Uma portaria do Ministério da Economia deverá ser publicada, nos próximos dias, com a oficialização dos novos valores.